A centro-esquerdista Claudia López, lésbica assumida e destaque da luta contra a corrupção na Colômbia, foi eleita ontem prefeita de Bogotá, enquanto em Turbaco (norte), um ex-membro das Farc se tornou o primeiro ex-combatente eleito prefeito após os acordos de paz com a guerrilha desmobilizada. Na capital, López, de 49 anos, obteve 35,23% dos votos em uma disputa apertada com o liberal Carlos Fernando Galán (32,47%), após a apuração de 99,41% das urnas.
Com um beijo afetuoso em sua companheira, a senadora Angélica Lozano, López comemorou a vitória. “A cidade votou para que desaprendamos o machismo, o racismo, o classismo, a homofobia e a xenofobia”, declarou López, debaixo de uma chuva de papel picado e sob aplausos de seus seguidores reunidos em um auditório privado.
A vitória de López abre uma nova página em um país onde historicamente governam homens das elites conservadora e liberal.
Ela vai assumir o cargo em 1º de janeiro para comandar uma capital de 7,2 milhões de habitantes, sufocada por problemas de mobilidade e alta percepção de insegurança.
Ex-combatente, agora prefeito
Um ex-guerrilheiro conhecido como “o cantor das Farc” se tornou o primeiro ex-combatente eleito prefeito na Colômbia, desde o acordo de paz. Guillermo Torres, de 65 anos, elegeu-se para a prefeitura do município de Turbaco, no departamento (estado) de Bolívar, um dos mais castigados pelo conflito armado no norte da Colômbia.
Também conhecido como Julián Conrado, o ex-combatente venceu com 50,11% dos votos contra 31,89% de seu principal adversário, segundo a autoridade eleitoral.
No entanto, sua vitória não pode ser atribuída à Força Alternativa Revolucionária do Comum (Farc), partido egresso dos acordos de paz que resultaram no desarmamento de 7 mil guerrilheiros marxistas. (AFP/Uol)