É pandemia de COVID-19 de um lado e vírus H3N2 do outro. O medo dos campo-grandenses em adquirirem a nova cepa da gripe Influenza A fez o estoque de medicamentos na Capital zerar uma semana antes de sequer o primeiro caso fatal ser anunciado pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde). Nas farmácias, a previsão de retorno às prateleiras é só para o ano que vem – possivelmente só em meados de janeiro.
O Estado Online ligou para algumas das principais drogaria na região central de Campo Grande. E todas elas foram unânimes: não há comprimidos de Tamiflu (fosfato de oseltamivir) disponível para venda. Nem a versão genérica – mais “baratinha”, entre R$ 180-189 – é possível ser comprada. A caixa com o medicamento “original” (contendo 10 comprimidos, 75 mg cada) sai nada menos do que R$ 300, em média.
Para contextualizar, o Tamiflu é um antiviral que age no impedimento/bloqueio da multiplicação e ações dos vírus da gripe Influenza A e B – o que inclui a “cepa Darwin”, como é chamada o H3N2 pela comunidade científica. Entretanto, é importante alertar que o uso da droga só é válido mediante apresentação de prescrição médica. O fosfato de oseltamivir pode ser utilizado tanto por adultos quanto crianças a partir de 1 ano.
“Realmente não está tendo. Teve muita gente que ligou ou veio presencialmente comprar o Tamiflu na semana passada. Inclusive, todas as nossas unidades estão sem esse estoque”, disse um atendente de uma drogaria popular próximo à Praça Ary Coelho.
Outro farmacêutico também confirmou o mesmo: “zerou tudo. Pode ser que a distribuidora que entrega para as farmácias de Campo Grande normalize a situação amanhã (29), mas acho pouco provável”.
Na rede pública
Em nota, a Sesau garantiu que o tratamento dos pacientes infectados pela gripe terá reforço dos estoques de Tamiflu, porém não descreveu quantidades nem quais unidades farmacêuticas públicas o medicamento se encontra atualmente disponível.
Após a primeira morte no Estado, confirmada em Campo Grande, em menos de 12 horas veio a segunda: um óbito em decorrência da variante H3N2 foi atestada no município de Corumbá. Por mais que a informação alerte para um possível “espalhamento” da doença em Mato Grosso do Sul, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) salienta que não há surto em solo estadual.