O avanço da variante ômicron do coronavírus voltou a atemorizar investidores nesta terça (14), provocando a segunda queda seguida dos principais índices mundiais de ações, já pressionados pela inflação global e pela consequente elevação das taxas de juros.
O Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, recuou 0,58%, a 106.759 pontos, alinhado à baixa do mercado americano, onde Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq cederam 0,30%, 0,75% e 1,14%, respectivamente.
Impulsionado pela curva ascendente dos juros futuros nos Estados Unidos, o dólar avançou 0,35%, a R$ 5,6940.
Dados sobre o aumento da inflação ao produtor nos Estados Unidos reforçaram a expectativa de um anúncio de elevação nos juros do país na tarde desta quarta-feira (15), após a conclusão da reunião de dois dias do Fed (Federal Reserve, o banco central americano).
“A necessidade de contenção do processo inflacionário [nos EUA], via elevação dos juros da economia, resultará na inevitável valorização do dólar, penalizando, em especial, as moedas dos emergentes”, disse Ricardo Gomes da Silva, superintendente da Correparti Corretora.
O mercado também espera que a autoridade monetária americana sinalize uma redução mais rápida do seu programa de compras de ativos.
Apertos monetários também são esperados na Europa, onde bancos centrais da zona do euro e do Reino Unido realizarão suas reuniões na quinta-feira (16).
As bolsas de Londres, Paris e Frankfurt fecharam em queda de 0,18%, 0,69% e 1,08%, nessa ordem.
Ao mesmo tempo em que a inflação requer a retirada de estímulos econômicos criados para o enfrentamento da crise econômica gerada pela pandemia, a progressão da variante ômicron reaviva preocupações sobre a retomada de restrições para conter contaminações.
Setenta e sete países já registraram casos da nova cepa da doença, informou a Organização Mundial da Saúde nesta terça. Na véspera, o Reino Unido anunciou a primeira morte de um paciente infectado pela mutação do vírus.
Na China, a circulação de pessoas voltou a ser restringida após a detecção do primeiro caso de ômicron.
(FOLHAPRESS)