Convênio assinado ontem (25) entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) garante R$ 1,375 milhão para apoiar comunidades de oito municípios do interior envolvidas na extração e comercialização de castanhas e óleos de frutos do Cerrado. Os recursos serão utilizados para equipar centros de processamento de polpa de frutas e extração de óleos de castanha; aquisição de veículos para transporte dos produtos e ainda kits de placas de geração de energia solar.
O governo federal vai repassar R$ 1.250.000,00 e o governo do Estado investe mais R$ 125.000,00 como contrapartida. O dinheiro é suficiente para adquirir um caminhão três quarto, duas pick up para carga e duas pick up furgão refrigeradas.
Ainda serão adquiridos equipamentos para montar três centros de processamento de polpa e extração de óleo, que compreendem: despolpadeiras, prensas extratora de óleo, filtros, prensas para filtragem do óleo, câmaras frias, refrigeradores, fornos industriais e utensílios em geral. Cada centro terá, ainda, uma mini-usina de geração de energia solar com capacidade para suprir todos os equipamentos.
As principais comunidades atendidas pelo projeto, desenvolvido pela Semagro, são: Associação das Mulheres do Assentamento Monjolinho (Anastácio); Grupo de Mulheres do Assentamento São Manoel (Anastácio); Associação dos Pequenos Produtores do Assentamento Santa Lúcia (Bonito); Centro de Processamento de Derivados da Bocaiúva Comunidade Antônio Maria Coelho (Corumbá); CEPEC (Centro de Produção, Pesquisa e Capacitação do Cerrado), em Nioaque; Núcleo Servir a Vida (Miranda), que atende as aldeias Mãe Terra e La Lima. Outras comunidades dos municípios de Bodoquena, Jardim, Nioaque e Porto Murtinho também serão beneficiadas.
Essas comunidades reúnem 1.210 famílias que já trabalham com a extração de polpa e óleo de frutos como baru, bocaiúva e pequi, todos do Cerrado, frisa a coordenadora de Agricultura Familiar da Semagro, Karla Nadai, que é gestora do projeto. “Esses equipamentos vão potencializar a capacidade de produção e facilitar o trabalho das famílias. Geralmente são as mulheres que se decidam a essa atividade, daí a relevância e o empenho da Semagro em garantir a rápida execução das ações programadas”, frisou.
O baru (ou cumbaru) tem uma castanha muito saborosa e nutritiva. Recentemente, o Núcleo Servir a Vida negociou o carregamento de 1 tonelada de castanhas de baru com um cliente da Alemanha, conta Karla Nadai. Já da bocaiúva se extrai a polpa para fazer sorvete e também farinha, que é base para uma infinidade de receitas. A castanha de bocaiúva pode ser vendida in natura, torrada e ainda se extrai dela o óleo. O principal subproduto do pequi é o óleo, utilizado para muitos fins, inclusive produção de fitoterápicos.
O convênio foi assinado pela ministra Tereza Cristina, governador Reinaldo Azambuja e pelo secretário da Semagro, Jaime Verruck, e ontem (25) mesmo foi feita a nota de empenho que garante a rápida liberação do recurso.