Acadêmicos do grupo de pesquisa “Saneamento Focado em Recursos” da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) visitaram nesta quinta-feira (28) a ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) Los Angeles. O grupo acompanhou as etapas de tratamento de esgoto realizadas na ETE através dos reatores UASB de tecnologia anaeróbia. Entre os visitantes, estavam três acadêmicos alemães que integram o projeto em uma parceria da UFMS com a Universidade de Kaiserlautern, sudoeste da Alemanha.
Durante a visita, os acadêmicos conheceram os trabalhos realizados pelo laboratório de análises da ETE, além de tirar dúvidas sobre a legislação ambiental e a importância do tratamento adequado de efluentes. O objetivo é apresentar para o grupo de pesquisa o sistema de tratamento através dos reatores UASB com procedimento anaeróbio.
“A visita foi muito importante para podermos conhecer o sistema de atuação dos reatores UASB na ETE Los Angeles. É uma tecnologia inovadora e também serve para apresentar aos acadêmicos alemães as diferenças de tecnologia, já que na Alemanha este tipo de procedimento não é comum, por conta de fatores locais como a temperatura na Alemanha”, explica a acadêmica e doutoranda Karen Midori Takahashi.
“Para a pesquisa há a necessidade de conhecer os sistemas das ETEs e como nós pesquisadores podemos seguir novas linhas de pesquisa junto as empresas. Além disso há a troca de experiências e a comparação de tecnologia. Tudo isso nos auxilia no entendimento da legislação ambiental brasileira, da destinação correta efluentes e no estudo de novos projetos pilotos tendo como referência a tecnologia das ETE”, diz Karen.
“A ETE de Campo Grande serve de inspiração para o Brasil tratando aproximadamente 90 % do esgoto coletado, que chega a mais de 80 % em Campo Grande. É bastante interessante presenciar que é possível tratar mais de 1000 L/s sem aeração, sem custos elevados, com um processo anaeróbio que ainda gera energia através do gás natural e possibilita uma boa eliminação da carga orgânica”, afirma o acadêmico alemão, Carlo Morandi.
“É um potencial enorme que devemos usar. É mais fascinante ainda ouvir sobre os projetos futuros e a intenção de aumentar a eficiência cada vez mais e proteger o nosso meio ambiente, seja através do planejamento de um pós-tratamento aeróbio ou da expansão do uso do lodo para melhoramento da qualidade do solo e reciclo de nutrientes”, explica Ines Meyer, também acadêmica alemã.
A ETE Los Angeles recentemente ampliou em 20% a sua capacidade de coleta, o equivalente a mais 180 litros/segundo. Com dois novos reatores biológicos, ampliou o tratamento de efluentes de 900 litros/s para 1080 litros/s. A estação é responsável por 90% do tratamento da cidade, dessa forma, amplia o tratamento de esgoto e a qualidade na devolução do efluente para a natureza, beneficiando o meio ambiente. Atualmente, Campo Grande conta com mais de 80% de coleta de esgoto, com 100% de tratamento. (Da redação)