Com mais uma alta nos preços dos combustíveis, como a gasolina que subiu 7 pontos percentuais saltando de R$6,23 para R$6,66 o litro, além da elevação de 9% no diesel, válidos a partir desta terça-feira (26) nos postos de combustíveis de Mato Grosso do Sul, o serviço de corrida para motoristas de aplicativos fica ameaçado, tendo em vista a demanda, custo e lucro dos condutores.
Para Wagner Caires, que tem uma oficina de assistência técnica na região central da cidade e encontra na prestação do serviço das plataformas, uma maneira a mais de integrar a renda, o trabalho está se tornando inviável, e basta apenas um ou dois reajustes para os aplicativos colocarem um ponto final nas atividades.
“Atualmente atendo na minha oficina e ainda faço corridas, se fosse só pelo aplicativo eu não conseguiria tirar o salário que preciso, porque já está se tornando uma meta inatingível. Para lucrar, eu uso gás GNV, está custando R$ 4,29 o litro, por isso eu ainda consigo rodar. Não ando como antes, mas dá para rodar, se subir um pouco mais, como o álcool e a gasolina, ai já não tem como, se torna inviável. Os aplicativos vão acabar chegando ao fim com essas majorações”, dispara.
Rotas alternativas
São vários os fatores que colocam a classe em risco, segundo Wagner, os colegas que alugavam carro já não trabalham mais, os carros antigos estão consumindo mais que o dobro e usar os veículos mais novos pode ser uma enorme desvantagem. “Quem alugava carro já parou de fazer corrida porque não compensa. Carros como o meu, que é um Pálio 2012/2013, 1.0, precisam buscar alternativas e quem está usando carro novo para prestar este serviço, com certeza vai sair no prejuízo. Embora dê para economizar, é um esforço muito grande, já que o carro vai desgastar e o custo para a manutenção já é alto”, opina.
Além de optar pelo gás natural GNV, abastecimento fora do convencional, que precisa de um mecanismo específico no veículo, Caires ainda explica que para ganhar dinheiro, é preciso analisar as corridas e aproveitar os horário estratégicos.
“Eu observo a distância e sempre opto por viagens das 6h30 até as 8h30, ou até às 9h. Depois disso, só começo de novo por voltas das 11h30, e vou até 12, e então, às 15h30. Até para abastecer eu faço rotas para economizar. Antigamente eu tirava R$600 em dois dias no final de semana, agora é necessário de 3 a 4 dias para lucrar o montante”, enfatiza.