A domesticação de animais foi um processo necessário para a sobrevivência humana, uma vez que estes foram suporte e concorrência ao longo da história da nossa evolução, hora como protetores, hora como predadores, incentivando a necessidade de desenvolvermos ferramentas e formas de sobrevivência. O fato é que não podemos pensar a humanidade de hoje sem a nossa relação com os animais.
Cães, em especial, foram amplamente difundidos como animais de caça, principalmente na Europa. Com a ajuda desses animais tornou-se mais fácil garantir uma refeição, em troca de dividir uma parte desse alimento com esses caçadores. Cavalos tornaram o trabalho da terra consideravelmente mais fácil, diminuindo o esforço do arado além de servir-nos de meio de transporte. Seriam inúmeras as formas como os animais ajudaram o desenvolvimento da humanidade ao redor do mundo pela história.
Com o passar do tempo, muitas dessas funções foram perdendo-se, máquinas assumiram o trabalho do campo, a carne passou a ser produzida em escala industrial e os carros foram tornando-se cada vez mais acessíveis. Hoje, os animais passaram a ter funções cada vez menos ligadas diretamente ao trabalho e mais próximas às relações afetivas. Porém, ainda é possível vê-los como “ferramentas”. Hoje ainda é comum que cachorros e gatos sejam tratados como brinquedos e descartados ou abandonados quando deixam de ser interessantes ou dão muito trabalho.
Durante a pandemia — e antes dela também — esses seres não-humanos foram o principal e, às vezes, único contato de carinho para muitas pessoas. Isso não é um simples valor de uso, mas um valor emocional e de afeto entre pessoas e seus animais de estimação. Com a diminuição da utilidade mercantil dos animais e aumento do valor emocional, cabe pensar neles de forma mais afetuosa, entender que possuem sentimentos de alegria, dor, amor e tristeza e assim exercer mais empatia para com nossos amigos quadrúpedes.
Dar valor, carinho e amizade são essenciais para retribuir todo bem que estes amigos de quatro patas nos proporcionam, sem pedir nada em troca.