Nesta quarta-feira (22), é o Dia Mundial sem Carro. A data foi escolhida na França, em 1997, motivada pelo movimento que já existia na Europa desde o início da década de 1990. Desde então, a reflexão sobre mobilidade sustentável se espalhou pelos demais países na mesma medida em que os problemas causados pelo excesso de automóveis nas ruas.
No município paraense de Afuá, com população estimada em 39,9 mil habitantes, essa data não é problema, pois la é proibido a utilidade de carros, motos ou qualquer tipo de automóveis motorizados de pequeno ou grande porte.
Para conduzir a vida sem carro, as adaptações exigem criatividade: as bikes auxiliam rondas policiais, serviço de táxi, passeios turísticos e até o resgate em ambulâncias, esse último contando com uma maca acoplada à estrutura de duas rodas. Além disso, não existem carros oficiais. Empresas, profissionais de todas as áreas e até mesmo o prefeito da cidade cumprem suas obrigações em bicicletas ou triciclos.
Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a frota de veículos local, em 2020 existiam apenas 13 veículos terrestres motorizados em Afuá — incluindo auxiliares como tratores e guinchos. Em 2009, ano que aponta a menor adesão, o Instituto registrou três veículos.
O número é extremamente baixo ainda quando em comparação com outras cidades de densidade demográfica e hábitos semelhantes. O município de São Fidélis (RJ), que possui 38,7 mil habitantes e é destacada pelo livro “O Brasil que Pedala” (2018) – que mapeou o ciclismo cotidiano no interior do país – possui mais de 7,2 mil veículos motorizados.