MS vai receber R$ 18,5 milhões para pagar 368 leitos de UTI para pacientes COVID-19

Hospital Regional - escorpião
Foto: Valentin Manieri

Campo Grande deve obter o maior quantitativo entre os recursos distribuídos para Mato Grosso do Sul

O Ministério da Saúde autorizou repasse de R$ 18,5 milhões para custear leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para tratamento da COVID-19 em 15 cidades de Mato Grosso do Sul. Segundo portaria divulgada no Diário Oficial da União de quarta- -feira (15), unidades públicas e particulares vão receber o investimento do governo federal no controle da pandemia.

o controle da pandemia. O dinheiro que Mato Grosso do Sul receberá faz parte de pacote de R$ 1,1 bilhão para atender cidades de todo o Brasil. Por aqui, serão custeados 368 leitos distribuídos em Campo Grande, Amambai, Aparecida do Taboado, Bataguassu, Corumbá, Costa Rica, Coxim, Dourados, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã, Sidrolândia e Três Lagoas.

Campo Grande terá a maior parte. Ao todo, serão R$ 7.776.000 que vão pagar 162 leitos no Hospital Regional, na Santa Casa, e nas unidades particulares: Clínica Campo Grande, Adventista e El Kadri. O Hospital Regional, referência no tratamento da COVID-19 no Estado, vai receber R$ 3.696.000 para 77 vagas de UTI. A Santa Casa fica com R$ 420 mil referentes a 10 leitos.

Já entre os hospitais particulares, o Hospital Adventista receberá R$ 1,9 milhão por 40 vagas disponibilizadas, a Clínica Campo Grande R$ 1,2 milhão por 25 leitos e o El Kadri vai receber R$ 480 mil por 10 lugares disponibilizados para a prefeitura.

Segundo dados da SES (Secretaria de Estado de Saúde), Mato Grosso do Sul conta com 955 leitos clínicos e 401 de UTI exclusivos para tratamento do novo coronavírus, espalhados em 100 unidades de saúde. Com os casos de infecção sob controle, a ocupação em ambas as vagas não passa de 30%. Vale lembrar que, em junho, pico da pandemia no Estado, todos os espaços ficaram ocupados e o Estado encaminhou 37 pacientes para hospitais de São Paulo e Rondônia.

Melhora nos indicadores permite que hospitais desabilitem vagas exclusivas para a doença

O número de pessoas internadas em Mato Grosso do Sul vem se reduzindo com o passar dos dias e o avanço da vacinação. Conforme o boletim epidemiológico de ontem (15), pelo menos 159 pessoas estavam internadas, tanto em hospitais públicos quanto privados. Do total, 63 estavam em leitos clínicos e 96 em UTIs.

Mesmo assim, o cenário é diferente do vivenciado durante o pico da doença, quando o Estado chegou a ter mais de 1,3 mil pacientes internados no começo do mês de junho. Com a redução de 88%, as unidades hospitalares já estão desabilitando leitos ou disponibilizando para outras especialidades.

No hospital da Unimed, de acordo com o boletim da última terça-feira (14), havia oito pacientes internados com a COVID-19 em UTIs e 6 em leitos clínicos. Ao todo o hospital disponibiliza 20 leitos de UTI e 23 clínicos. Entretanto, em nota, a unidade informou que já está remanejando leitos clínicos e de Unidades de Terapia Intensiva destinados a casos de coronavírus aos pacientes com outras doenças, atendendo, assim, às diferentes demandas assistenciais dos beneficiários.

O hospital referência no tratamento da COVID-19, o HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), também começou a desabilitar leitos. A unidade já chegou a ter 125 leitos exclusivos e a taxa de ocupação acima dos 100%, chegando a 108%, com pontos de cuidados instalados em enfermarias.

Atualmente com 93 leitos críticos exclusivos para pacientes infectados e com taxa de ocupação em 86%, ou seja, 80 leitos estão ocupados. Mas já existe um planejamento para a desabilitação de mais 24 leitos, segundo o hospital.

Na última terça-feira, o Hospital da Cassems utilizou as redes sociais para comemorar que a unidade de Campo Grande não tinha nenhum paciente internado com COVID-19. Lembrando que no pico a unidade chegou a ter 170 pacientes internados. No mesmo ritmo, o Hospital do Pênfigo também informou que não tem pacientes com a doença internada na unidade desde o último dia 8 de setembro.

Segundo o hospital, no CTI (Centro de Terapia Intensiva), antes destinado à COVID, agora estão recebendo tratamento os pacientes clínicos de outras especialidades. A unidade chegou a ter 40 leitos exclusivos, mas, antes de fechar, estavam sendo disponibilizados a pacientes com COVID dez leitos, que inclusive no dia 26 de agosto estavam todos lotados.

Já a Santa Casa de Campo Grande, hospital de retaguarda para COVID-19, possui dez leitos de UTI de uso exclusivo e que só poderão ser desabilitados após autorização da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), tendo em vista que são contratualizados e todos SUS. Apesar de, conforme o hospital, a taxa de ocupação ser de 100%, pois todos os dez estão ocupados com pacientes com o novo coronavírus.

Boletim

Ainda conforme dados divulgados no boletim epidemiológico da última quarta-feira (15), Mato Grosso do Sul contabilizou o registro de 237 novos casos de infectados pela doença e outras 7 mortes em decorrência do novo coronavírus. As últimas mortes registradas são de pessoas com idades entre 49 e 82 anos que residiam em Campo Grande (5), Anastácio (1) e Nioaque (1). Além disso, a fila de espera por um leito para tratamento conta com seis pacientes, sendo três na Central de Regulação de Campo Grande e três na de Dourados. A taxa de ocupação global de leitos por macrorregião é de 50% em Campo Grande, 60% em Dourados, 44% em Três Lagoas e 59% em Corumbá.

Mortes

O número de mortes no Estado também apresentou queda. A redução, se comparada com o mesmo período de agosto, 1 a 14, neste mês é de 56%. Conforme dados do boletim epidemiológico, setembro registrou, até o dia 14, 73 mortes, ao passo que, no mês passado, foram 168 mortes decorrentes da doença. Já em relação aos casos, a redução é de 63%. Neste mês já são 2.464 novos casos, ao passo que, em agosto, durante os 14 primeiros dias, foram confirmados 6.770 casos.

 

(Clayton Neves e Rafaela Alves)

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