Em parceria com o Cineclube Marginália, o Museu da Imagem e do Som (MIS-MS), exibe “César Deve Morrer”, com direção de Paolo e Vittorio Taviani, nesta segunda- -feira, 29 de julho, às 19 horas, sendo que o longa tem duração de 1h16min e parte dele é em preto e branco, com classificação indicativa de 14 anos, e a exibição conta ainda com entrada franca.
Cineclube Marginália, remanescente do antigo Cinema de Horror, é vinculado ao curso de Letras da UFMS e mudou seu nome para Cineclube Guarani em 2016 e, depois de votação entre seus membros, utiliza a denominação Marginália.
Formado por ativistas de movimentos sociais campo-grandenses, artistas e estudantes universitários, o Cineclube Marginália tem por objetivo descentralizar o acesso à arte e à informação e levar sessões gratuitas de filmes e debates ao MIS.
Misturando teatro, comentário e drama, o filme encena uma versão livre da peça “Julius Caesar”, de Shakespeare, em que os atores são detentos da ala de segurança máxima da prisão de Rebibbia, na Itália. Os diretores Paolo e Vittorio Taviani ficaram seis meses ensaiando antes de iniciar as filmagens, fazendo deste o primeiro filme italiano em 21 anos a ganhar o Urso de Ouro no Festival de Berlim (2012), sendo que o último havia sido “La Casa del Sorriso” (1991).
Cada um dos intérpretes é um prisioneiro de verdade e o filme não faz questão de esconder seus crimes. “César Deve Morrer” também não defende a inocência de qualquer um dos sujeitos ou perde tempo tentando dizer que foram curados pela arte. A produção tem potencial de emocionar e traz palavras que penetram no coração e na mente do espectador. Mostra o poder de transformação da arte e como a entrega a um personagem pode gerar uma atuação marcante independentemente do talento técnico de determinado ator
A atividade cultural muda aqueles homens, mas isso não significa que não voltariam a cometer os mesmos crimes se soltos. Essa produção deixa clara a abrangência da obra de Shakespeare e faz um estudo sobre as atitudes dos homens. As angústias de Salvatore Striano como Brutus, a delicadeza de Juan Dario Bonetti como Decio e a confiança de Giovanni Arcuri como César são alguns dos elementos mais curiosos do longa.
Roberto Perpignani, um editor de nome consagrado no cinema italiano, faz um belíssimo trabalho, mesclando cenas da montagem final, com ensaios nas partes externas e internas da prisão, passando sempre a sensação de continuidade à história.
Para o crítico Lucas Salgado, “os compositores Giuliano Taviani e Carmelo Travia, que compuseram uma trilha marcante, também merecem aplauso. A fotografia de Simone Zampagni é outro elemento que merece reconhecimento. Une como poucos as cenas coloridas e em preto e branco”.
As exibições do Cineclube acontecem mensalmente, sempre na última segunda-feira do mês, sendo que depois da exibição será realizado um bate-papo intimista entre os colaboradores do Marginália. Com entrada franca, o MIS fica no 3º andar do Memorial da Cultura, na Avenida Fernando Corrêa da Costa, 559, Centro. Telefone: (67) 3316-9178.