LANÇAMENTO: Coleção Verão Eco-Fashion tem foco na sustentabilidade e arte indígena

Foto 3 - Emilia Leal escolhendo retalhos de couro

Para mostrar ao público sua nova coleção, a estilista Emilia Leal lança seu editorial virtual Verão Eco-Fashion por meio do seu site e da Lei Aldir Blanc. Com a marca Emilia Leal Arte Nativa, ela reforça que o evento será no dia 14 de julho, pelo Instagram @emilialealartenativa, às 19h. Para comprar os produtos da artista acesse o site www.emilialeal.com.

“Eu criei essa coleção inspirada nos anos 1970 com objetivo de dar conforto, um biquínis bonito e que veste bem. Tudo foi confeccionado aqui mesmo, em Campo Grande, por pessoas daqui, e feito com ótima qualidade. É um coletivo de mulheres que fazem Crochê”, explica a artista. Emilia conta que o coletivo garimpa o couro com objetivo de trabalhar com sustentabilidade. “Este é o tom da minha marca: o coletivo e a sustentabilidade. O  objetivo principal é o respeito pela cultura dos povos indígenas que eu já venho desenvolvendo  desde o princípio dos anos 1980 por meio de pesquisas com convivência com os povos indígenas que são meus parceiros”, pontua.

Emilia Leal aponta que o forte da coleção está nos grafismos e nas cores onde ela  mergulha na riqueza de alma das cores, cria diversas vertentes de combinação a partir das colorações. “Eu comecei a usar a moda como suporte por meio da Caroline Garcia da Pasárgada que produzia a Bocaiúva. Comecei com os acessórios Max. Primeiro as pulseiras, depois colares e brincos até eu descobrir a possibilidade de fazer os biquínis. Aí encontrei o verdadeiro objetivo”, revela.

Não parou

Desde então, Emilia não parou. “Criei uma coleção de biquínis inspirada nos anos 1970, o cortininha com calcinha feito o acabamento em crochê. A parte de cima é de couro pintado a mão com desenhos indígenas e é tbm dupla face. Surgiu a possibilidade no tecido como cangas e batas para serem usadas no cotidiano completando a linha de beachwear , que chamamos moda Rio e praia”, destaca.

Além disso, as clientes da Emilia Leal Arte Nativa, ganham brindes como adereços dos povos indígenas como um adereço original dos povos Terenas, Kadiwéu, Guato e Wijampi lá de Macapá , AP. “Minha raiz. No final a minha moda está conectada com os valores da moda contemporânea e vira uma provocação na moda”, finaliza.

Há cerca de 7 anos, Emilia converge seu trabalho com a moda. No evento online estará presente a gerente de Desenvolvimento de Atividades Artesanais da Fundação de Cultura de MS, Katienka Klain. Lembrando que o trabalho dela é produzido a partir da sobra de resíduos industriais de couro tratado, utilizando um material que iria para o lixo, impactando a natureza. 

Mudança

“Esse editorial veio a calhar por dar a oportunidade de transformar o meu trabalho num comércio, já que antes eu vendia minhas peças em feiras e com a pandemia fiquei sem rumo. Agora, vou migrar para o virtual, terei como escoar minhas peças, profissionais vão me acompanhar e minha marca vai chegar a muitos lugares que antes nem sonhava”, avalia Emilia.

Sobre o coletivo de mulheres, Emilia explica como foi o trabalho com elas. “Fui pesquisando até encontrar as crocheteiras profissionais de Mato Grosso do Sul, que vendem seus produtos na Praça dos Imigrantes, no Centro da Capital. Com os indígenas, eu tenho contato desde a infância com a etnia Wajãpi, nasci em Macapá (AP) e tenho ascendência ribeirinha, fui beber nas fontes das minhas raízes. Também sou ativista da causa indígena e minhas pinturas são baseadas em sua iconografia, então mantenho essa parceria com eles para pagar e divulgar seus trabalhos”, pontua.

Com todos esses cuidados na confecção, cada peça da marca é única, tendo agregado seu valor artístico ao consumo sustentável. “Temos que adquirir produtos com consciência. O momento é de reaproveitar, reciclar, deve haver essa informação no consumo”, considera a artista. Aliás, Emilia é macapaense radicada em Campo Grande desde 1983 e só começou há cerca de 7 anos, quando foi convidada a participar do coletivo Obá.

No início produzia colares, brincos e braceletes. Com o tempo, começou a trabalhar com biquínis, que se tornaram sua grande paixão. “O biquíni foi um encontro total, quero vender biquíni para sempre”, garante e fortalece seu objetivo: “Temos que libertar o meio ambiente dessa tonelada de lixo que produzimos atualmente, gosto de saber que assim estou fazendo alguma coisa pelo planeta”, finaliza.

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