Ao rebater acusações contra o governo no caso Covaxin, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (8) que o senador Omar Azis (PSD-AM) desviou R$ 260 milhões em recursos estaduais do Amazonas. O senador é presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid na Casa, que investiga as possíveis irregularidades na compra da vacina indiana.
Para apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro comentou sobre as suspeitas de superfaturamento nas negociações do imunizante. Segundo ele, não seria possível ocorrer corrupção já que o Ministério da Saúde tem “filtros”, além da atuação da CGU (Controladoria Geral da União) e do TCU (Tribunal de Contas da União).
“A Covaxin não tinha passado pela Anvisa. Depois tem a CGU, a CGU que tem um ministro à frente dela, faz um pente-fino na maioria dos contratos e depois ainda tem o TCU, como você vai fazer uma sacanagem dessa? Só na cabeça de um cara que desvia do seu Estado R$ 260 bilhões, como o Omar Aziz desviou, é que pode falar isso aí“, disse o presidente.
Em seguida, Bolsonaro repetiu que o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), seria alvo de 17 inquéritos na Justiça. “Virou CPI da cloroquina, CPI do ministério paralelo, CPI do orçamento secreto publicado no DOU [Diário Oficial da União], é isso que os caras fazem. Não estou reclamando não, sabia que seria assim“, disse.
Omar Aziz respondeu sobre o assunto em sessão da CPI nesta manhã. “Não sei onde ele ouviu isso, mas, infelizmente, como ele se informa através de compadre, de compadrio, de coisas pequenas, a gente releva. Presidente, eu lhe desafio a procurar um processo em que eu seja réu ou denunciado”, disse.
O senador informou ainda que mandará uma carta ao chefe do Executivo questionando o presidente sobre a veracidade das declarações do deputado Luis Miranda (DEM-DF). O deputado afirmou à CPI que Bolsonaro sabia das suspeitas de irregularidades no caso da Covaxin.
“O senhor não responde. Passa 50 minutos querendo desqualificar a CPI. Mas é só uma resposta, Presidente, só uma que o Brasil quer ouvir de Vossa Excelência“, afirmou Aziz.