Batayporã e Chapadão do Sul são as primeiras cidades de Mato Grosso do Sul a adotarem punição para quem se recusar a se vacinar contra a COVID-19 por causa da marca. A partir de agora, nos dois municípios os “sommeliers” da vacina serão mandados para o fim da fila e, quando tiverem novamente a oportunidade, terão de tomar o imunizante que estiver disponível.
“Essa determinação já está valendo na cidade e com isso, a gente pretende parar aqueles que acham que têm um cardápio à disposição. Sabemos que não existe vacina melhor ou pior, todas são boas e fundamentais nesse momento crítico”, afirma o prefeito de Chapadão do Sul João Carlos Krug (PSDB).
Segundo ele, a decisão foi tomada depois de aumentarem os episódios de tumulto nas filas de vacinação da cidade. Krug afirma que o cumprimento da medida será possível porque antes de ser direcionado para o setor de aplicação, onde fica sabendo a marca da vacina, o morador informa todos os dados pessoais para equipe da secretaria de saúde. “Se ele se recusar, a gente já deixa o nome anotado para se vacinar depois de todo mundo e com a dose que estiver disponível”, explica.
A mesma dinâmica será administrada em Batayporã, onde segundo o prefeito Germino Roz (PSDB), moradores passaram a disputar uma das 190 vacinas da Janssen enviadas para a cidade. “Todo mundo quis por ser dose única e passaram a problematizar a coisa”, relata. Para colocar fim à briga, o prefeito decidiu que quem muito escolher, vai perder a vez. “O morador não será impedido de se vacinar, mas vai voltar para o fim da fila e receber a que estiver disponível no momento”, alerta.
O prefeito ainda responde à ameaças de moradores que prometeram judicializar o impedimento caso seja barrado. “Pode procurar a justiça porque é ela mesmo quem diz que o prefeito é responsável por determinar as diretrizes da administração e da aplicação das doses”, finaliza.
No último domingo, o jornal O Estado noticiou que a SES (Secretaria de Estado de Saúde) também estuda adotar a prática, que se aprovada, valerá para todas as cidades de Mato Grosso do Sul. Segundo o secretário estadual, Geraldo Resende, a ideia tem sido cogitada em razão do aumento da reclamação de secretários municipais sobre os “sommeliers” da vacina, o que, para ele, retarda o processo de imunização e coloca em risco quem se nega a ser vacinado.
Texto: Clayton Neves