Após 15 anos, “Taveira” retorna aos campos e se prepara para estreia no Campeonato Estadual
Após um hiato de 15 anos, o Esporte Clube Taveirópolis, um dos clubes mais tradicionais de Campo Grande, se prepara para o retorno aos campos no Campeonato sul-mato-grossense de futebol profissional deste ano. O time que carrega o nome de um antigo bairro da capital, hoje está de casa nova, na antiga Toca do Jacaré, onde treina incansavelmente para a estreia.
Taveira, como também é conhecido, tem ansiado pela estreia desde 2019, quando o atual presidente, Marcelo Pereira, o famoso “Pantera”, assumiu a chefia do clube.
O carioca resolveu todas as pendências burocráticas do E.C.T. com a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e a FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul),
e está preparando o time para voltar aos campos.
Hoje, o Taveirópolis é encabeçado por uma equipe do Rio de Janeiro e São Paulo, mas sua alma continua campo-grandense, no qual teve sua fundação em 30 de julho de
1938. Pela maior parte de sua vida, foi sediado no Estádio Elias Gadia, que mais tarde foi tomado, devido a dívidas não pagas e transformado pela prefeitura em uma praça.
O novo presidente do clube tentou reaver a locação, mas ela já havia se tornado de utilidade pública.
Anivan Pereira da Rosa, foi o primeiro presidente do Taveira que, por muitos anos, trabalhou em meio a muitas dificuldades para manter o time na série A do Estadual. Após sua morte, o seu braço direito, Wagner Luis dos Santos, assumiu a presidência do clube por um ano, mas entregou a presidência para Alceu Bueno que conseguiu levar o time em 2003 para o terceiro lugar no pódio do Campeonato sul-Mato-Grossense.
Após esse período, o ex-jogador do Taveira, Anchieta, assumiu a presidência mas por muitas dificuldades financeiras não conseguiu dar continuidade às atividades. O clube jogou uma partida da primeira divisão pela última vez em 2004, contra o Operário Futebol Clube, que acabou em empate 2 a 2.
Em 2006 voltou aos gramados e conquistou a terceira colocação na segunda divisão do Campeonato Estadual. O último jogo do clube foi em 18 de junho de 2006, uma vitória de 4 a 2 sobre a Sociedade Esportiva Pontaporanense, mas após isso, nenhuma outra disputa oficial aconteceu.
Sonho do dirigente se tornou realidade
A experiência que Pantera adquiriu nos clubes que passou, como Botafogo, Vasco e Fluminense, hoje implanta no Taveira. O dirigente acredita que disciplina e constância são o segredo para o sucesso de qualquer clube de futebol. Ele conta que o segredo para impulsionar o clube para as vitórias, é sempre manter os jogadores em treinamento.
“Nós vemos muitos clubes dispensarem os jogadores após o campeonato e quando chega nova mente perto de alguma disputa, eles são convocados de novo. Imagina se nos
times grandes fizessem isso? Não existiria futebol”, aponta o diretor.
Pantera também é dono da de uma assessoria esportiva, responsável por lançar e agenciar jovens talentos das categorias de base e profissionais, que tem sede em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. Embora sua experiência no futebol seja vasta, liderar um clube é uma experiência nova e desafiadora para o ex-jogador.
O dirigente comenta que esse novo desafio é a continuidade de um trabalho que ficou para trás, quando lesionou os dois joelhos e não pode mais jogar, além de ser um sonho vivo em seu coração. “Hoje quero dar oportunidade a esses meninos de se preparar e alcançarem sucesso. Os instigo a darem o melhor para que eles possam ser vistos amanhã com o melhor preparo possível” destaca Pantera.
O clube negocia com ex-jogadores que já passaram pelo Santos, Vasco e outros grandes times, para somar na equipe. A meta atual é entrar para a série B do estadual e, segundo o presidente, não é um sonho muito distante e que já ambiciona a primeira divisão para o próximo ano. “Estamos montando uma bela equipe. Sabemos que temos uma grande batalha pela frente, mas nossos soldados estão a postos”, afirma.
Equipe já sonha com a Série A do Estadual
Um novo ciclo começa, e essa segunda temporada promete acordar os taveirenses, como são conhecidos os torcedores do time, do sono profundo. “Pantera”, o novo presidente do clube, sonha em alcançar a Série A no próximo ano e, por enquanto, ele, a equipe técnica e os jogadores resistem sem patrocinadores, apenas com o investimento pessoal do líder
Dos 50 atletas que estão hoje no time, 27 são fixos e o restante está sendo avaliado pelos olhos minuciosos de Pantera e dos técnicos, que vão selecioná-los para as categorias de sub-17, sub-19 e a profissional. “Sempre conversamos com os jogadores, nossa intenção é fazer futebol de verdade, não estamos aqui para uma temporada, vamos fazer história”, enfatiza o dirigente.
Os jogadores vêm de todos as regiões do país, como é o caso de Felipe Tangará, de 23 anos. O jovem é natural de Natal (RN) e foi trazido para o clube na esperança de fazer bonito na estreia. “A preparação tem sido muito intensa, mas estamos com muita expectativa para o primeiro jogo, queremos a vitória”, aponta o jogador que
espera a partida com grande ansiedade.
Além da preparação para a formação da equipe profissional, a equipe técnica aposta nos jovens talentos, como Jhuan Rezende, de 15 anos, que treina na categoria sub-17, mas dá um show até nos atletas profissionais. “Esse menino tem potencial para ser negociado daqui uns anos”, comenta Pantera.
O menino vê a experiência como um trampolim para, quem sabe um dia, jogar fora do país. Alias esse sonho de ir para fora é comum entre os garotos que começam no Estado. “Estou jogando com atletas muito experientes, o que me impulsiona a melhorar”, comenta Jhuan. Além dos atletas do Brasil, o time conta com cinco colombianos que vieram ao clube para somar.
(Texto: Ellen Prudente)