País líder em vacinação contra a Covid-19 na América Latina, o Chile avalia implementar a aplicação de uma terceira dose de imunizante para a população diante da dificuldade de reduzir os números de contágios, mortes e internações
A medida foi anunciada pela subsecretária de Saúde Pública, Paula Daza, na última sexta-feira (18). “Estamos apenas aguardando uma investigação científica que vem sendo realizada pela Universidade Católica”. Já o infectologista Alexis Kalergis, que comanda a pesquisa, afirma que “a necessidade de usar uma terceira dose é quase certa, principalmente por conta da chegada das novas variantes”.
Daza afirmou que o Ministério da Saúde do país analisa a possibilidade de oferecer uma terceira dose da Coronavac para quem tomou as duas doses. E quem tomou uma dose da AstraZeneca e tem menos de 60 anos poderá receber segunda e terceira dose do imunizante da Pfizer ou outro com base em RNA mensageiro (como o da Moderna).
Até o momento, o Chile aplicou a primeira dose em 63,4% da população (mais de 12 milhões de pessoas), e a segunda dose em 50% da população (9,4 milhões). Ainda assim, a ocupação de leitos de UTI segue acima de 90% em regiões que estão em alerta máximo, como a de Santiago, com mais de 8 milhões de habitantes.
O país já ultrapassou os 31 mil mortos por Covid e registrou 1,5 milhão de casos confirmados. As médias atuais de mortes têm sido maiores que as semanas com mais casos em 2020.
O governo também voltou atrás nas flexibilizações realizadas nos primeiros meses do ano e passou a escalonar restrições maiores ou menores nas áreas com mais casos novamente. Em Santiago, há toque de recolher e restrições à mobilidade.
Aberturas comerciais retrocederam e não há atividade gastronômica. O país também está com as fronteiras fechadas, e os chilenos que regressam do exterior em voos especiais ou sanitários devem fazer cinco dias de quarentena em hotéis designados para isso, e outros cinco em casa, além de dois exames PCR –um na chegada e outro ao final do décimo dia.