Se a situação dos leitos de UTI para adultos preocupa, a disponibilidade de vagas destinadas a crianças e adolescentes também deixa o governo em alerta. Até ontem (7), dos cinco espaços abertos no Estado para esse grupo, todos estavam ocupados e ainda há excedente de três leitos improvisados, o que representa 60% a mais da capacidade.
Apesar dos números, o secretário de Saúde afirma que ainda não foi indicada a necessidade de transferência de crianças para outros estados. “A gente segue em constante monitoramento, mas até agora não existe o indicativo”, considera.
Segundo a médica infectologista Priscilla Alexandrino, o número de casos de crianças infectadas pela COVID-19 aumentou. “A gente tem visto mais de dois mil casos por dia em Mato Grosso do Sul e as crianças também são afetadas, também contraem o coronavírus e podem se agravar”, explicou.
Porém Alexandrino afirma que poucas crianças têm desenvolvido a forma grave da doença. “Nos hospitais que eu trabalho houve o aumento de internação, são crianças com comorbidades, mas não vejo gravidade nessas crianças. Não é o habitual, mas algumas podem agravar, porque a gente não sabe qual o comportamento dessas novas cepas circulantes, até porque é um vírus novo.”
Desde o início da pandemia, dois bebês com menos de 1 ano morreram em decorrência da COVID-19 em Mato Grosso do Sul. Entre crianças de 1 a 9 anos foram nove mortes. Segundo o Hospital Regional da Capital, no setor de Pediatria até ontem (7) duas Manaus e São Bernardo do Campo oferecem mais 30 leitos para MS crianças estavam internadas com COVID-19, além de quatrocom suspeita. Já no CTI Pediátrico, uma criança estava internada, além de outra com suspeita. Na UTI Neonatal outro caso confirmado, além de dois suspeitos. Na unidade intermediária havia uma criança internada que aguardava o resultado para o novo coronavírus.
Brasil lidera número de mortes infantis
O Brasil é o segundo país em que mais morrem crianças por COVID-19; o primeiro é o Peru. Segundo o
“Estadão”, até maio, 948 pessoas de zero a nove anos morreram por conta do novo coronavírus.
Conforme o site Olhar Digital, uma pesquisa da Escola Nacional de Medicina constatou um aumento nas taxas de infecção, principalmente pela nova variante P.1. (Texto: Mariana Ostemberg e Clayton Neves)