Comemorado no domingo (6), o Dia Nacional do Teste do Pezinho celebra, neste ano, a aprovação da lei que amplia o número de doenças detectáveis através do exame pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e a importância em realizar o teste dentro do prazo preconizado pelo Ministério da Saúde. No Estado, foram realizados mais de 24 mil testes no ano passado.
O teste do pezinho é responsável por identificar precocemente indivíduos com doenças metabólicas, genéticas, enzimáticas e endocrinológicas. Hoje, em Mato Grosso do Sul, sete doenças são investigadas por meio do exame. Entre elas, estão o hipotireoidismo congênito fenilcetonuria, anemia falciforme, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita, deficiência de biotinidase e toxoplasmose congênita.
Com a ampliação das doenças que serão detectáveis a partir do teste, estão a AME (Atrofia Muscular Espinhal), doenças relacionadas a imunodeficiências, hipotireoidismo congênito, anemia falciforme, entre outras doenças raras.
A médica geneticista Ana Maria Martins, professora da Unifesp e diretora do Centro de Referência em Erros Inatos do Metabolismo, explicou que esse processo de ampliação das doenças será escalonado e que, por ano, vão entrar diferentes doenças . “Dentro desse projeto, no primeiro ano de funcionamento, ele vai se dedicar às doenças que já estão no programa de triagem neonatal para organizar esse serviço, capacitar e fazer com que todos os estados façam triagem neonatal, o que hoje não está acontecendo em todo o Brasil. No segundo ano entram doenças mais relacionadas à alimentação; no terceiro ano do projeto, vão entrar as doenças de depósito lisossômico”, esclareceu.
Situação local
Em Mato Grosso do Sul, todos os exames são executados pelo Iped/Apae (Instituto de Pesquisas, Ensino e Diagnósticos da APAE de Campo Grande). No ano passado, foram realizados 34,6 mil testes. Somente em 2021, já foram feitos 15,1 mil.
Entretanto, a coordenadora técnica do Iped/ Apae, Josaine de Souza Palmieri Oliveira, afirmou que muitos exames não estão ocorrendo dentro do prazo preconizado para coleta que entre o 3º e 5º dia de vida após a criança ter tido contato com o leite materno ou fórmula.
É importante que o teste seja realizado dentro do tempo preconizado para que as doenças possam ser tratadas em tempo oportuno evitando sequelas e até mesmo a morte. “O preconizado é que seja realizado entre o terceiro e quinto dia de vida ,porém quando a criança não fez o teste do pezinho o médico pode solicitar o mesmo em qualquer período”, explicou Oliveira. (Texto Rafaela Alves)