“Mulheres na Política” é o tema debatido nesta segunda-feira (17), às 18h, nas plataformas do O Estado MS Online, no vídeocast “Sim, Você Pode” comandado pela jornalista Keliana Fernandes que está neste episódio com a delegada Sidneia Tobias. No bate-papo, elas destacaram que ambos os gêneros se tiverem boa vontade e realmente se importarem com o ser humano precisam colocar o nome à disposição da sociedade como opção de representante político ou de diretórios de partidos.
“Hoje a humanidade está passando por uma série de problemas e necessidades. Então, venham participar da política, venham mais e mais mulheres se interessar pela política, estudar como funciona no seu município, no seu estado e no seu país. Não basta participar de movimentos apenas nas ruas e bater panelas se não tivermos filiados a um partido e disputar um pleito. Não tem como. Assim, você não vai conseguir mudar esta realidade. Nós precisamos participar efetivamente da política em si”, analisam.
A convidada, delegada Sidneia Tobias é vice-presidente do Podemos Mulher Nacional cuidando do MT e MS na questão das mulheres. Presidente do Podemos Mato Grosso do Sul e presidente do Podemos Mulher MS. Ela afirma estar em um trabalho muito grande de construção para trazer a mulher para a política. Mas, não de qualquer jeito. “Para entrar na política e não ser usada como as mulheres ainda hoje são, é preciso se identificar com o partido. Quando entrei no Podemos estudei o estatuto do partido, me inteirei sobre o partido e vi se o partido se encaixava nos meus projetos e valores. Por isso, precisa conhecer e acreditar onde está filiado”, reflete.
O caminho
Para Keliana e Sidneia, todo conhecimento conquistado além de um estudo constante precisa estar com a mulher para ela utilizar dentro do cargo que for eleita. “Não basta eleger mulheres. É preciso formá-las e capacitá-las. Não adianta apenas termos mulheres na política. Elas precisam se importar com políticas públicas que busquem melhorias e que fazem totalmente a diferença”, destacam.
Para a delegada Sidneia apenas um gênero foi preparado para o mundo político. “Temos um longo caminho para passar e trilhar e depende de cada um essa construção que a gente quer fazer agora. Primeiro a gente não foi preparada para a política, viemos de uma educação total patriarcal onde o tempo dos homens é maior para isso, principalmente para estar na política, nós não. Nós ainda cuidamos de casa, trabalhamos e ainda pensamos em fazer política”, reflete.
A apresentadora – que já foi dirigente de sigla política municipal e integrante de diretórios no Estado – e a presidente do partido, acreditam que hoje tudo está politizado no Brasil quando na verdade o que deveria importar era a saúde das pessoas . Elas não acreditam que uma mulher faria dessa forma: politizar uma doença grave e depois a vacina desta.
Violência contra a mulher
Um quadro grave de violência no Brasil atinge diretamente as mulheres. Pensando nisso, ainda antes de se aposentar a delegada Sidneia Tobias, trouxe para três delegacias de Mato Grosso do Sul, a Sala Lilás, hoje mais 17 estão sendo construídas no Estado.”Antes era uma sala de recepção separada dos demais para que não vissem a mulher e a criança neste estado de violência. A minha ideia era acolher bem estas mulheres sem revitimização, ou seja, não repetir a história mais de uma vez. Tudo é gravado”. Para evitar que tais situações se repitam e se perpetuem, ela pessoa em uma organização para ajudar que ensina a mulher a trabalhar, a ter uma profissão, se amar mais e sair fora do ciclo de violência.
“É preciso ter uma empatia maior, cuidar umas das outras e uma das coisas que sempre falo é que hoje falta muito condição financeira da mulher se ver livre da questão da violência. Assim, montamos o Instituto Mães do Começo (IMC) porque mãe é aquela que não importa se está tudo quebrado ela vai e recomeça, ela faz uma faxina de tudo que aconteceu e recomeça”, explica.