Partido trabalha para oficializar o ex-ministro da Saúde até junho
Em uma reunião ocorrida na casa do presidente do Senado, o DEM definiu os primeiros prazos para o lançamento da pré-candidatura de Luiz Henrique Mandetta à Presidência da República. Segundo o cronograma, os dirigentes irão se encontrar no dia 24 deste mês, em um hotel em Brasília, onde serão analisados os resultados de uma pesquisa qualitativa que a sigla encomendou sobre a eleição de 2022. A partir dos resultados do levantamento, o DEM se organizará para oficializar o nome de Mandetta até o fim de junho.
Lançar a pré-candidatura de Mandetta é uma forma declarada de contrapor o partido a João Doria (PSDB), que está determinado a concorrer ao Palácio do Planalto. DEM e PSDB podem ainda chegar a um acordo para seguirem juntos na corrida eleitoral do ano que vem, mas a cúpula demista está irritada com a demora dos tucanos em tomarem uma decisão. A maioria dos caciques da sigla também não concorda com a ambição de Doria de encabeçar a chapa de centro.
O movimento do DEM também é uma resposta à desfiliação do vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, que acertou na sexta-feira (14) a ida para o PSDB. Dirigentes do DEM afirmam que Garcia foi pressionado a mudar de partido como condição para que Doria o apoiasse como candidato ao governo de São Paulo na próxima eleição. Com o vice no tucanato, Doria acredita que neutralizará as pretensões do ex-governador Geraldo Alckmin e garantirá a presença de Garcia no pleito sem que seja necessária a disputa de uma prévia.
O PSDB tem uma regra interna que garante ao político no exercício de um cargo executivo a prioridade para se candidatar à reeleição. Este será o caso de Garcia caso Doria renuncie ao governo para disputar a Presidência.
Para firmar posição no cenário nacional (e em mais um golpe na direção de Doria), o DEM intensificou as negociações para filiar Alckmin. Quadro histórico do PSDB, o ex-governador pretende voltar pela quinta vez ao Executivo paulista, reeditando a dobradinha que fez com Marcio França (PSB) em 2014.
A revista “Veja” apurou que o presidente do DEM, ACM Neto, já fez o convite para Alckmin trocar de partido. Mesmo sendo um dos membros fundadores do PSDB, parece cada vez mais claro que o ex-governador não pensará duas vezes em trocar de sigla se sentir que não tem chances de disputar a indicação dos tucanos com Garcia. Os políticos ligados a Doria ainda tentam convencê-lo a concorrer a uma vaga de deputado federal, mas Alckmin dificilmente topará a empreitada.
Esse cenário deixou os caciques do DEM animados com a perspectiva de sucesso em relação a Alckmin. “Não podemos ficar sem um candidato em São Paulo. Alckmin é bem-vindo com todas as honras. No DEM, ele terá o caminho pavimentado para se lançar ao governo”, disse Pauderney Avelin.
(Confira mais na página A4 da versão digital do jornal O Estado)