A 7ª temporada da corrida das Drags chega ao final neste domingo (18) com uma disputa acirrada em Campo Grande entre Afro Queer e Amanita Muscaria. A competição acontece toda de maneira virtual devido a pandemia, sempre ao meio-dia com transmissão pelo canal do Youtube Corrida das Drag. Há sempre spoiler nas redes sociais @corridadasdrag – Facebook e Instagram.
Pamella, coordenadora do projeto, coloca a Corrida das Drags como seu refúgio criativo. “É onde eu consigo tirar ideias malucas e pôr em prática. O mais gostoso de tudo é ver que muita gente comprar a ideia, inclusive as competidoras”, destaca. Ela ainda avalia que é muito bacana trabalhar em equipe. “Algumas decisões são sempre tomadas em conjunto e consideramos o projeto muito importante pra cena LGBT da cidade e do estado. Nós temos poucas celebrações contínuas por aqui e acho que ainda vai durar bastante tempo”.
Para a finalista Afro Queer, a acolhida da competição vai além do esperado. “A corrida tem sido um espaço de encontro de novas artes, com outras manas, comigo mesmo e com pessoas essenciais como a Pamella e a Amanita. Estamos nos encontrando mesmo distante. Estamos ouvindo, entendendo e, por mais que seja competição, a corrida está trazendo um lugar de afeto que muitas vezes a gente, que é preta e LGBT, não têm”, pontua.
Para Afro Queer, a sociedade é muito violenta com elas. “Quando entramos em um lugar para competir para brigar por algo, pensamos que o lugar era de violência de novo. Mas é de união. Eu prezo que a corrida continue com isso e tem sido um lugar de encontro”, conclui.
Já Amanita fez sua reviravolta no jogo e mudou sua forma de competir. “Ter ficado na berlinda no primeiro episódio foi o que me fez entender a dinâmica da competição. Eu entrei na corrida disposta a mostrar a desconstrução. Era minha ideia para agradar ao público, que sempre agradou as pessoas que viam a maneira que eu pegava uma referência e algo para transformar outra coisa inesperada”, lembra.
Ela recorda que pegou o cogumelo do Mário e transformou em uma roupa para Drag. “Percebi que não era representar 100% da criatividade ou dar um close de beleza. Era entender o que era pedido. foi pedido a representação de um personagem. Eu fui muito longe e pequei nisso. Quando entendi consegui aplicar nos próximos episódios. Entendi que preciso agradar também os jurados”, avalia..
Episódio seis
A final oferece ao vencedor a coroa, faixa de Pantanal Superstar e o prêmio de mil reais. À segunda diva finalista, fica com R$ 500,00. Foram muitos desafios – cosplays, dublagens, montações originais e muito mais. As participantes prometem um desfecho lacrador. A começar pelo último desafio da temporada que ninguém ousa revelar.
“O único spoiler que posso dar é que será um desafio como da última edição, uma foto e um vídeo. Já o tema terá de ficar na surdina mesmo pra surpresa acontecer”, afirma aos risos a professora e produtora Pamella Yule, que apresenta no ao vivo a Corrida das Drag, dando vida à queen Pam Vênus ao lado das outras duas drags, Meriju Silva e Thysmmy Kismmy.
A Corrida das Drag 7 é contemplada com recursos da Lei Aldir Blanc, por meio do edital Morena Cultura e Cidadania, promovido pela Sectur – Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Campo Grande.