Depois de quase dois anos , o grafite da artista reconhecida Marilena Grolli retorna para o Centro Olímpico da Vila Nasser. Desta vez, a própria arte é homenageada com direito a placa de reconhecimento. Em 2016, Grolli grafitou no lugar e em 2019 sua obra foi simplesmente apagada. Um desrespeito corrigido e elevado ao patamar esperado. A reinauguração do espaço é uma realização da prefeitura de Campo Grande por meio da Sectur (Secretaria de Municipal de Cultura e Turismo) com parceria da Funesp (Fundação Municipal de Esportes.
“Com direto a plaquinha desta vez. Normalmente a arte homenageia o espaço não o contrário. A plaquinha é para mostra que é um bem público para o erro nunca mais acontecer na nossa cidade, no nosso estado e não deveria acontecer em lugar nenhum”, pontua Grolli.
Mas, não é o mesmo grafite de quatro anos atrás. Até porque, de acordo com Grolli, aquela ate fez o seu papel de conversar com a comunidade naquela época. “Não foi feito o mesmo grafite. Na realidade na minha cabeça a gente está construindo uma nova história. A partir do zero, porém, servindo como um processo de aprendizado para o próprio centro olímpico que apagou a arte, para a própria Funesp e para a população em geral para saber que a arte pública quando é feita em espaço público, é um patrimônio, é um bem, é um acervo da comunidade”, explica.
Para Grolli a forma que foi feito em 2019 não foi a certa. “Sem consultar ninguém apagaram a arte. Era um bem público em um processo social de doação à minha comunidade. Sou moradora da Vila Nasser há 28 anos”, revela. A artista estava em um festival no México quando soube da situação. Gerou muita confusão, polêmica e repercussão e a Funesp entrou em contato querendo refazer, mas o tempo passou sem isso acontecer.
“Estava me causando até uma ansiedade porque minha intenção era refazer. Aquela arte conversou com a comunidade. Fiz o céu azul mais azul do país que é de Mato Grosso do Sul, fiz a fauna e flora, enfatizando que a arte vai criar e tocar na alma, no espírito, na mente do sensível e o esporte vai cuidar do corpo e um precisa do outro. A gente é muito mais que simplesmente um corpo”, reflete.