Criadores de marcas em Campo Grande revelam moda em 2021

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A moda em 2021 deve ser focada em inclusão e sustentabilidade. Pelo menos é a visão de alguns criadores de moda autoral de Campo Grande como Fábio Castro, 46 anos, formado em Rádio e TV. Ele “caiu na moda” fazendo estampas – por acaso – com o conceito de arte e cultura. Também trabalhou com Ivani. Suas estampas são referentes a música, literatura e cinema. Sua marca é a Touché. “Este ano a moda deve ser bem mais inclusiva ainda mais com as questões de negro e gênero. Sou negro e penso bastante nessa questão. Penso em incluir meus apoiadores, meus colaboradores que são negros no meu trabalho. Esta questão do racismo está muito forte. Fiz, inclusive, uma coleção exaltando a cultura negra. Penso que a moda precisa ser incluir as pessoas desde número de tamanho e mais tipos de modelos em propagandas”, avalia.

Para ele moda é pensar em toda em toda a cadeia produtiva, desde a confecção até na divulgação, na mídia. “Além de mais inclusiva possível, a moda precisa ser sustentável. Tudo que pudermos fazer para diminuir o impacto ambiental na moda a gente tem esta obrigação de colocar no trabalho”, aponta. A tendência já veio com o “pontapé” da inclusão no “Ano da Pandemia”, e exclusive, todo mundo teve que se reinventar. Marcas famosas lançaram desfile e editoriais online. Este não era a ação principal de Fábio. “Meu forte eram eventos, estar na rua e com o público. Deu uma queda significativa no meu faturamento e na divulgação. Minha prioridade não era sites e redes sociais e sim estar presencialmente nos lugares, tive que aumentar minha presença virtual”, revela. No final do ano passado, A marca Touché, foi indicada pela CUFA (Central Única das Favelas) na categoria empreendedorismo negro. Ganhou como o melhor empreendimento negro de MS. Este mês está concorrendo como melhor empreendimento nacional.

Acessórios e turbantes

Sandra Padilha, usa o nome como marca e é ecodesign. Ela trabalha na área de acessórios e seu carro chefe são turbantes. Com o fechamento das feiras, eventos e festival em 2020 tudo mudou. “Desesperei com a situação. Direcionei atendimento mais na área dentista, hotel, restaurante… Vi um nicho como substituição da touca descartável por turbantes. Trabalhei segunda a segunda. Não parei um dia. Graças a Deus, mas a venda foi bem menor que 2019”, explica. Para este ano, tem a perspectiva de realizar um showroom. “Hoje atendo em casa com hora marcada ou entrega. Vou criar um site por conta do aumento as encomendas das encomendas”, revela.

Seu processo de Desenvolvimento acontece a partir do tecido e a necessidade do cliente aliado com as técnicas de Modelagem. “Além disso tenho que pensa que não pode ser desperdício de tecido. Nosso processo de produção é totalmente artesanal, então todos os processos recebem atenção e cuidado especiais durante todo o ciclo produtivo”, conta.   

Trabalho o design e sustentabilidade, Sandra preenche seus acessórios com histórias e respeito pelo mundo. Eles levam dela energia, carinho, dedicação e amor. Suas edições são limitadas no conceito upcycling, que é a moda do reaproveitamento artesanal. Em novembro de 2020 uma médica, dra. Samara Schmidt, apostou nos turbantes para sua clínica de vacinas. No início comprou uma peça e hoje substitui a touca descartável por turbantes.

Marca fecha em CG

Luciana Duailibe é a dona da marca Ludic e foi a República das Arteiras que costurou quase todas as peças. Luciana é formada em Designer Gráfico, Produção Áudio Visual, Animação e ainda não concluiu Artes Visuais. Ela se considera uma designer de aula e coração. “Amo criar, e pra isso acontecer preciso ter experiências, viver, sentir, olhar, conhecer. Tudo que sai da minha cabeça, tem algo com sentimentos, com significados internos e reflexões. Além disso, muita pesquisa e estudo”, disse. Por isso, 2020 foi um ano peculiar. No início do ano tomei a decisão de encerrar as atividades da Ludic, m arca de roupas de modelagem e estampas autorais, que sempre foi meu sonho”, contou.

Ela encerrou o ano com as pessoas que a amam e apoiara sempre seu empreendedorismo. “Só consegui enxergar, o encerramento e tudo, de uma forma mais positiva, depois de muito chorar e com a ajuda do Budismo. Essa decisão foi tomada a pós muita reflexão, contas da ponta do lápis, inúmeras tentativas de possíveis soluções. Não foi pela pandemia, pois ainda nem havia chegado aqui ainda, mas, porque há algum tempo estava com dificuldades de continuar com a Ludic. Foi depois de um problema grave de saúde que tomei várias decisões errôneas. O que fez com que a marca, seu proposito, eu pessoa, eu empreendedora, eu criadora, me perdesse na tempestade. O que, na verdade, foi um grande aprendizado, dolorido, mas muito importante, para mim como pessoa/empreendedora/criadora”, revelou.

Mas, 2021 não será diferente em desafios para Luciana. Ela acredita que se desafiar traz oportunidades. “Acredito que o maior filão continuará sendo as vendas on-line. As ferramentas que já existem há algum tempo e se tornaram ainda mais importantes. Como o provador virtual, prova a domicílio, entre outras”, finaliza.

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