As altas seguidas de preço e a expectativa da gasolina chegar a R$ 5,50 em Mato Grosso do Sul nos próximos dias fez um velho conhecido dos motoristas voltar a ser protagonista: o etanol. Antes chamado de álcool, o combustível natural que passou a ser produzido e vendido nacionalmente no fim dos anos de 1970 ainda enfrenta certa resistência pela má fama adquirida. Mas desde que a indústria automotiva passou a adotar o padrão flex, ou seja, aceitar os dois tipos de suprimentos, muito da realidade de antes acabou virando fantasia
nos dias atuais, tornando o etanol tão confiável e seguro quanto o derivado de petróleo.
A equipe do jornal O Estado ouviu mecânicos, engenheiros e especialistas para tirar as dúvidas de condutores sobre o combustível natural. Como o preço do etanol inevitavelmente quase sempre é menor que o da gasolina, é uma opção valiosa em um país cuja frota de modelos flex passa dos 30 milhões de unidades e já responde por mais de 64% da frota, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores e da Associação Brasileira da Indústria de Autopeças.
“Nos veículos que possuem motor flex, podemos ver, pelos dados do manual do proprietário, que o uso do etanol hidratado proporciona maior potência e torque em relação à gasolina. Isso ocorre porque o etanol possui maior octanagem em relação à gasolina, permitindo ao sistema eletrônico avançar a curva de ignição do motor, o que contribui para seu melhor desempenho”, disse o químico industrial, especialista em combustíveis, Gilberto Pose.