Para os próximos meses, Campo Grande vai receber dois drive-thrus de vacinação contra a COVID-19. O primeiro, previsto para ser inaugurado já no próximo mês, será instalado no Centro de Convenções Albano Franco.
O outro será no Guanandizão, mas não há data definida porque depende do envio de novas doses de vacina. A afirmação veio do secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, durante apresentação de gestão da prefeitura na Câmara dos Vereadores, realizada ontem (19).
Os locais são fruto dos estudos desenvolvidos pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) enquanto espera por novas remessas de vacina. Atualmente, são 55 pontos destinados para a imunização do público prioritário e o drive-thru no Parque Ayrton Senna.
“A medida que houver vacinas e necessidade de vacinar um público mais denso, nós ampliaremos os pontos de imunização”, afirmou o secretário.
Segundo José Mauro, o próximo drive-thru será instalado no Albano Franco, que vai evitar superlotação em alguns pontos de vacinação.
Já o polo no Guanandizão só será instalado quando a Capital receber um grande número de doses, capaz de imunizar a população mais jovem. “A medida que a idade dos imunizados vai abaixando, aumenta o número de pessoas [que precisam] tomar a dose da vacina, então, há a necessidade de ampliações de grandes polos para atender um número maior de pessoas”, explicou.
Imunizados até novembro?
Com os atrasos na entrega das vacinas e o baixo número de doses, o secretário da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), José Mauro Filho, não acredita na imunização total da população campo-grandense até o fim do ano. “Temos a grande capacidade de vacinação, Campo Grande demonstrou isso, o problema não é o ato de vacinar e sim o imunizante que encontra-se em falta no mundo”, disse.
Conforme Filho, o problema no Brasil se agrava por questões políticas. “As informações não estão sendo precisas e não vêm com tempo correto da gente esclarecer a população, lançar um calendário que a gente consiga cumprir com a data pela falta da vacina e não de logística interna. Estamos com dificuldades de lançar calendários por não termos vacinas suficientes”, apontou.
Apesar da produção das doses pelos laboratórios brasileiros bem como de outros países, o secretário acredita que, se houver matéria-prima, o município consegue vacinar pelo menos 60% da população.
“Isso se entende 15 dias após a segunda dose; se a gente conseguir vacinar 60% da população duas vezes, conseguimos controlar a transmissão e diminuir o índice de internações desses pacientes”, refletiu.
De acordo com José Mauro, ainda é preciso de 24 mil doses para imunizar 12 mil idosos de 75 anos a 80 para se completar a primeira fase. E cerca de 40 mil doses para imunizar o restante dos trabalhadores da saúde.
“Estou recebendo em torno de 10 mil doses por carregamento, ou seja, nesse ritmo, nós vamos demorar muito tempo”, lamentou.
Mesmo com atraso de entrega das doses, o prefeito Marquinhos Trad se mostrou otimista com a imunização total da população até novembro. “A expectativa de vacinar todos se mantém porque a União federal diz que, embora tenha esse atraso, eles vão cumprir o calendário e eu estou confiando no governo federal como o país todo está confiante”, afirmou.