A sonda Perseverance, da Nasa, pousou em Marte na quinta-feira (18), sete meses depois de partir da Terra. Ao se aproximar do planeta, o robô perde contato com os controladores da Terra, que chamam o momento de “sete minutos de terror”. As manobras do pouso são delicadas e um movimento em falso pode comprometer a integridade do equipamento ou o local previsto de chegada.
Ainda não há tecnologia para assistir a aterrissagem ao vivo, mas a agência espacial americana transmitiu uma narração e imagens da sala de controle no site e nas redes sociais.
Os gerentes da missão no Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, perto de Los Angeles, explodiram em aplausos e vivas quando os sinais de rádio confirmaram que o robô de seis rodas havia sobrevivido à perigosa queda e chegado à sua zona-alvo.
“É realmente o começo de uma nova era”, disse o administrador associado da Nasa para a ciência, Thomas Zurbuchen, no início do dia durante o webcast da Nasa sobre o evento.
Esta é a primeira missão da Nasa que vai procurar sinais de vida antiga em outro planeta, para ajudar a responder à questão: já houve vida em Marte? O robô explorará a cratera de Jezero, local onde um lago existiu há 3,9 bilhões de anos, além de procurar por microfósseis nas rochas e solos.
Os cientistas esperam encontrar bioassinaturas embutidas em amostras de sedimentos antigos que o Perseverance foi projetado para extrair da rocha marciana para análises futuras na Terra – os primeiros espécimes desse tipo coletados pela humanidade em outro planeta.
A sonda foi lançada do Cabo Canaveral, na Flórida, no fim de julho de 2020. Durante esses sete meses, a Perseverance viajou por 470 milhões de quilômetros.
A missão faz parte de um projeto que custou US$ 2,7 bilhões e é planejado há 20 anos. O rover pesa cerca de uma tonelada e tem mais de dois metros de altura.
O Perseverance é o quinto jipe autônomo que os norte-americanos enviam para o planeta vermelho desde 1997. Essa missão, no entanto, é diferente: esse veículo é muito mais sofisticado em relação aos anteriores, e leva um drone que fará imagens aéreas do planeta.
O mais impressionante, no entanto, só chegará em 2026, quando outro veículo que ainda chegará a Marte irá recolher amostras do solo e lançá-las para a órbita do planeta. A terceira etapa dessa complexa campanha é a captura dessa sonda no espaço para trazer o material coletado para a Terra.
(Com informações: CNN com Reuters)