Carnaval passou e a chuva forte no período deixou asfalto de diversas ruas de Campo Grande esburacadas. O trabalho de tapa-buraco, serviço paliativo, tampa em um dia e dias depois surgem novas crateras nas mesmas regiões. O que faz o serviço não ser visto a olho nu. Prejuízos são contabilizados pelos condutores que não conseguem desviar das crateras como na Avenida José Barbosa Rodrigues.
A cuidadora Marizete Rodrigues, 54 anos, que mora na região do Jardim Zé Pereira, relata que durante o dia os motoristas conseguem evitar os acidentes, mas o mesmo não ocorre à noite.
“Quase todo dia nós escutamos barulho de gente que cai no buraco ou outra pessoa que fura um pneu. Esse é um problema constante há uns quatro meses e a cratera está ficando cada vez maior, a gente até tenta, mas ainda não passou ninguém para arrumar aqui”, assegurou.
O Jardim Panamá é um dos bairros que coleciona buracos que já até causaram acidentes. O aposentado Élio Roque, 71 anos, relata que na Rua Náutico existe um buraco que fica oculto por um quebra-molas em uma das mãos da via, impossibilitando a visualização dos condutores. No local, alguns moradores chegaram a colocar cimento para tentar amenizar o impacto das rodas no buraco.
“Muitos motoqueiros já caíram por aqui, acaba sendo uma armadilha muito grande. Para quem já conhece é outra coisa, pode desviar, às vezes chegam até a passar na contramão, mas não deixa de ser um risco. Esses dias, uma mulher caiu após se desequilibrar, a gente saiu para ajudar e ela contou que assustou”, apontou.
O problema é o mesmo na Rua Otávio Mangabeira. A comerciante Elizangela Leonardi, 41 anos, lembra que o buraco, que fica próximo a um cruzamento, se transformou em uma armadilha para quem anda à noite na via. “Praticamente toda a rua está esburacada, mas esse é o que mais causa problemas e já quase provocou acidente. Por ficar perto de um cruzamento, o pessoal tenta desviar e, às vezes, quase acertam os carros que ficam parados na rua. O pior é durante a chuva que pode furar pneu ou derrubar um motoqueiro”, contou.
No Serradinho, um buraco vem se formando nas margens da Rua Emília Teodora de Souza que, inclusive, faz parte da linha de ônibus. A comerciante Nara Denize, 43 anos, relata que o buraco começou há cerca de quatro meses, após um reparo ser feito na rede de esgoto. “Parece que por ser linha de ônibus a situação está piorando. Durante o dia, não chega a ter acidentes, mas esses dias precisaram ajudar um rapaz a tirar o carro que acabou travando ali”, frisou.
Na região do Jardim Centro-Oeste, parte do bairro é chão de terra e outra asfaltada. A Rua Triângulo Mineiro é uma das vias pavimentadas, mas está esburacada. A Rua do Patrocínio também está com um buraco aparente, menor, porém, mas fundo. Já no Jardim São Lourenço, a Rua Inácio de Souza contém alguns “remendos”, mas ainda tem buraco que forçam os condutores a desviarem na via.
Demanda
A Prefeitura de Campo Grande informa que há reforço nas equipes de trabalho para enfrentar o período de chuvas no município. De acordo com o titular da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), Rudi Fiorese, o número saltou de 7 para 12 equipes.
Fiorese destaca que a intenção da administração é evitar que os números de buracos saiam de controle, como já aconteceu na Capital há alguns anos. “Nós colocamos essas equipes em todas as sete regiões do município. Nosso foco é aquelas ruas que estão mais deterioradas e, portanto, são mais suscetíveis ao aparecimento de novos buracos, além das vias que são rotas de ônibus”, ressaltou.
Entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021, o investimento em tapa buracos aumentou cerca de 9%, passando de R$ 1,6 milhão para R$ 1,8 milhão, um acréscimo de R$ 165 mil. No entanto, se comparar o primeiro mês do ano com o mesmo período de 2020, houve uma redução de R$ 90 mil de investimento.
“É comum que os gastos com tapa buracos estejam diminuindo, isso é resultado dos investimentos no recapeamento das ruas. Cada rua recapeada é um local que o serviço deixa de passar e, a longo prazo, é comum que esse total gasto vá se reduzindo”, explicou.
(Texto: Amanda Amorim)