Suplementação alimentar é essencial para gestantes

Prática também é importante para quem malha

A absorção dos alimentos depende do organismo de cada indivíduo, por isso a suplementação alimentar é importante na vida de qualquer ser humano, mas principalmente para gestantes e atletas que precisam do conteúdo da comida ingerida com mais urgência devido a atividade praticada e a sustentação saudável.

A nutricionista e professora da Uniderp, Kátia Wolff, coloca como a cereja do bolo a utilização desse recurso. Para ela, o uso se dá por alguns fatores: quando a pessoa tem de fato uma deficiência na ingestão de determinado nutriente ou ela precisa de um fotoquímico, de um composto bioativo e até de um fitoterápico para tentar alinhar o metabolismo e o organismo de um indivíduo.

O mais comum, conforme Wolff é suplementar com vitaminas, minerais, fitoquímicos, compostos bioativos, fitoterápicos, carboidratos, lipídios e proteínas. Exemplos de compostos bioativos podem ser encontrados nas frutas, hortaliças, nos óleos, leite e peixe, além de alguns conhecidos como cafeína, creatina, prebióticos e taurina. No caso dos fitoquímicos são as famosas substâncias antioxidantes colorindo os alimentos. Elas protegem contra doenças. Exemplos são mamão, damasco, laranja, melão amarelo e abacaxi. Já os fitoterápicos são os medicamentos com princípios ativos obtidos de plantas.

“A suplementação é crucial para ajustar o metabolismo do indivíduo. Às, vezes a pessoa está cansada, desanimada, sem energia, sem disposição porque está faltando complexo B na vida dela. A pessoa não está ingerindo frutas, verduras, legumes, alimentos integrais em quantidade suficiente e ela não consegue fazer a mitocôndria (relacionada com o processo de respiração celular e é encontrada em maior número em células que apresentam grande atividade metabólica) dela produzir energia. Ou porque não tem Complexo B ou porque não tem ferro ou porque não tem manganês, magnésio e zinco. Então, os nutrientes são importantes para fazer todo o metabolismo funcionar. Tudo do nosso corpo é formado a partir de átomos extraídos dos alimentos. Então dentro dos alimentos temos nutrientes e dentro destes nutrientes temos vários átomos que são importantíssimos para formação das nossas células”, explica a nutricionista.

Para evidenciar qual a necessidade do organismo, Kátia Wolff, destaca que são feitos exames de sangue capazes de revelar as deficiência e, a partir daí é possível suplementar. O exame também mostra se precisa aumentar a proteína, carboidrato e lipídio devido a rotina de cada um, principalmente, quando se trata de atletas ou população que pratica atividades físicas. Para mamães é crucial seguir uma acompanhamento durante e pós processo gestacional porque, conforme Wolff, existe uma demanda de micronutrientes principalmente e também uma necessidade maior de proteína. “É uma população que dificilmente vai conseguir ingerir, por exemplo, toda a necessidade de ferro via alimentação que, se não me engano, são 27 miligramas diariamente. É uma quantidade muito alta. Então, a gestante precisa ter um acompanhamento e conforme o trimestre gestacional precisamos fazer o ajuste baseado em sinais e sintomas da paciente. O ideal é um acompanhamento personalizado para que a gestante não faça uso de suplementação específica de forma generalizada como Ogestan, Regenesis, Materna, que na prática não é individualizada para aquela pessoa. Há individualização bioquímica porque cada um come de uma maneira, dorme em um horário, etc”, analisa.

A nutricionista ainda destaca que ferro, cálcio, vitamina D e A, ácido fólico, B12, Zinco e Magnésio são essenciais no processo gestacional. Ela aponta que o ferro está relacionado com o ganho de peso do bebê por exemplo e se faz baixa ingestão o bebê não ganha peso. Ela lembra também que consumir Ômega 3 tipo DHA é fundamental antes, durante e depois da gestação. “É importantíssimo para formar a parte neurológica da criança. Nosso cérebro é 60% composto de gordura e precisa ser boa como a Ômega 3 para ter uma saúde neurológica da crianças resguardadas também”, pontua.

Já no caso de praticantes de atividades físicas para quem treina com fins competitivos, a necessidade de complementar vem por causa da rotina diária e a demanda enérgica muito acentuada dos treinos. É diferente daqueles que treinam uma hora por dia, estes, normalmente só com a alimentação adequada já suprem o que o corpo necessita. Quando a pessoa tem a necessidade aumentada, por exemplo, de proteína que é um nutriente utilizado para fazer a reparação do tecido muscular e manter a massa magra, às vezes a pessoas não consegue ingerir tudo via alimentação e é quando vem a suplementação. “O melhor, que tem base científica é whey protein. Pensando em musculação e crossfit também tem a creatina que ajuda a aumentar a musculatura e dar mais energia durante a atividade. Ela é muito estudada e é consolidada. Em média 73 a 85% dos nossos músculos são formados a partir de água e ela ajuda a retê-la no tecido muscular. É energia e aumento de massa, mas lógico cada caso é diferente. É importante o acompanhamento para a pessoas realmente saberem se tem a necessidade ou não de utilizar estes suplementos”, orienta Kátia Wolff.

Outra dica de suplemento para exercício de força e curta duração é a beta-alanina, que ajuda a reduzir a fadiga. Mas, para longa duração e corrida de 1 hora ou mais é preciso ter equilíbrio ingerindo recursos com mais fontes de carboidrato intercalados com proteína. Há também recursos como cafeína e taurina para atletas, sucos de beterraba ou nitrato. “Mas não adianta nada fazer o uso de toda essa suplementação se o indivíduo não tiver uma alimentação equilibrada, rotina de treino, sono adequado porque o suplemento é a semente do bolo. A pessoa precisa fazer o básico para poder extrair o melhor e ajustar com suplementação”, indica. Assim é preciso dormir de 7h a 8h por noite dormindo por volta das 22h, não pular café da manhã que precisa ter ovo, leite iogurte e, leguminosas, por exemplo. Além disso é preciso evitar comer muito tarde e produtos industrializados, mas não dispensar arroz, carne, salada e castanhas. “Só a partir daí vamos ver se há necessidade de suplementação alimentar. Nem todo mundo precisa de suplemento. Que fique claro!”, avalia.

Lembrando que em caso de lesão, podem ser usados alimentos anti-inflamatórios como o extrato de gengibre, canela, pimenta, ômega 3 e óleo de peixe. “Dependendo até colágeno, mas cada caso é um caso que precisa ser avaliado individualmente”, pontua. A nutricionista Kátia Wolff ainda alerta que todo excesso pode ser convertido em acumulo de gordura corporal, ou seja, ganho de peso. “Às vezes, a pessoa tem deficiência de nutrientes que retarda o metabolismo dela. Então de fato a suplementação tem que ser indicada por um profissional que entende de alimentação, o nutricionista”, finaliza.

(Texto: Rafaela Belo)

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