Tom Hanks é um dos atores mais versáteis de Hollywood, em sua carreira já foi astronauta, piloto de avião, jornalista, brinquedo de faroeste e até mesmo esteve perdido em uma ilha deserta. O que mais chama atenção em suas atuações é como ele se encaixa no personagem dando um realismo muito original como se a história mais mirabolante fosse crível e tudo isso com uma leveza sem tamanho. Ano passado Tom se envolveu em duas produções bastante distintas, mas mostram um pouco de seu desgaste pela atuação, mas pelo bom sentido. “News of The World – 2020” saiu em janeiro e só chegou no catálogo da Netflix um ano depois, já “Greyhound – 2020” foi lançado em julho sob o comando de Tom. Embora não tenha ido bem nas bilheterias por conta do fechamento das salas de cinema em virtude da pandemia.
News of the World ou “Relatos do mundo”, título que ganhou aqui no Brasil é uma investida muito diferente do ator. Ver Tom Hanks em um Western é até difícil de acreditar, até mesmo pela personalidade pacífica que ele exalta em seus papéis. Neste filme acompanhamos Capitão Jefferson que lê jornais em uma América nos meados de 1870. Com o fim da guerra de secessão as pessoas naquele país estão à procura de novas oportunidades por todo território. O Capitão então encontra uma maneira de entreter e passar as mensagens do mundo, já que boa parte da população não sabia ler. Eis que ele acaba cruzando o caminho de Johanna, uma menina que acabara de perder a família, capitão Jefferson em um ato de boa vontade tenta levar de encontro para família que ainda lhe resta do outro lado do país. Esse filme soa muito como “Dívida de Honra – 2014” filme dirigido por Tommy Lee Jones que tem essa pegada “Road Western” que são dadas missões para atravessar o país com “cargas” bastante sensíveis.
A história em si tem alguns problemas de roteiro e também sofre com uma quebra de ritmo no terceiro ato. O filme poderia se encerrar no mínimo umas duas vezes e mesmo assim decide ir pelo caminho melodramático. News of the world é dirigido por Paul Greengrass que comandou a trilogia Bourne e Capitão Phillips também com Tom Hanks. Podemos perceber também que em algumas cenas o CGI é bem mambembe, e embora o diretor tenha grande experiência com ação e planos de câmeras frenéticos não sabe criar uma atmosfera caótica e hostil que os filmes de velho oeste pedem. Mas nem por isso o filme é ruim, embora tenha cortes e planos de câmera completamente desnecessários, tem uma boa fotografia e a narrativa caminha bem. Não espere um Western que vai mudar sua cabeça ou que tratará novidades para esse gênero, a produção é meramente espetaculosa e comercial e serve como entretenimento. Só não dá pra garantir que você vá se lembrar da história uma semana depois de assisti-lo.
(Confira mais na página C2 da versão digital do jornal O Estado)
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