Período chuvoso é propenso para a proliferação de caramujo-gigante-africano

Animais representam riscos a saúde, e CCZ orienta eliminação correta

Nesta época do ano em que o calor e chuva são frequentes, é comum começarem a aparecer os caramujo-gigante-africano. O molusco é facilmente encontrado em ambientes úmidos e em locais com acúmulo de lixo, como quintais e terrenos baldios. Ele é transmissor de doenças perigosas que podem levar à morte e por isso é necessário fazer a eliminação correta.

Introduzido no Brasil na década de 80 como alternativa para o comércio de escargot, o animal vindo da África não conseguiu se adaptar ao clima e ao invés de ser alimento, ele se transformou em uma praga onde pode transmitir dois tipos de doença, pois é um hospedeiro de dois vermes que causa Angiostrongilíase abdominal e a Angiostrongilíase cerebral que é a Meningite eosinofílica.

Segundo a gerente do Scraps (Setor de Controle de Roedores, Animais Peçonhentos e Sinantrópicos) do CCZ (Centro de Controle de Zoonozes), Christiane Brandão, esses vermes ficam alojado no interior do caramujo, assim como no muco que é a secreção que fica quando ele se locomove. “A partir dai já pode ser feita a liberação do verme que já transmite a doença. Por isso é necessário ter bastante cuidado para pisar no local onde eles estão. Precisa estar de sapatos fechados, para evitar contaminação”, explicou.

O animal que põe em média de 180 a 600 ovos por postura até quatro vezes ao ano principalmente no período chuvoso, tem fácil proliferação devido a umidade e para controlar a praga é necessário tomar cuidados rotineiros como manter o quintal ou jardim limpo, removendo todos os materiais inservíveis, principalmente madeira, resto de material de construção, entulhos onde eles se abrigam. “No caso de terrenos baldios é necessário mantê-los limpos e carpinados. Não adianta cortar o mato e deixar a matéria orgânica no local que vai servir de moradia aos mesmos”, apontou Christiane.

Ainda segundo a gerente do Scraps, o primeiro passo é identificar se o animal é de fato o caramujo gigante africano, pois existem outras espécies que são natural da umidade do ambiente e não nos transmite doenças e servem apenas para controle de ambiente, auxiliando na biodiversidade e controlando outros insetos.

“Entre as características que diferenciam o caramujo africano está o tamanho da sua concha que é duas vezes maior do que os moluscos comum, bem como a cor mais escura e as suas listras”, descreveu.

“Após a identificação, o certo é fazer a catação manual deles, pois se apenas jogar sal nele, eles acabam morrendo asfixiados, liberando ainda mais muco contaminando o solo” explicou Christiane, destacando que desta forma ainda a concha fica intacta servindo de reservatório de água para acumulo de insetos possibilitando até a proliferação de outras doenças como dengue, alertou.

A catação manual precisa ser feita de forma protegida. Em seguida a pessoa pode destruir os bichos dentro de um recipiente fechado como um balde, esmagando-os e colocando dentro solução de água com água sanitária deixando pelo menos 24h. “Isso faz com que o animal morra sem transmitir doenças. Após essa ação podem ser colocados dentro de saquinhos jogando no lixo comum” orientou.

Christiane ainda afirmou que existe outra maneira de eliminar os caramujos, como cavar um buraco, colocar cal, jogar os animais, fazendo uma nova cobertura de cal os enterrando. Isso faz com que esses insetos desidratem, morram e sem servir de criadouro para outras doenças.

o Scraps faz apenas orientação a população para a eliminação dos caramujos, pois não pode ser feita a eliminação por meio de inseticida. “Recebemos no mês passado um número alto de ligações para orientação, em relação ao mês de dezembro que foram apenas duas ligações. Em janeiro foram 52. Um número grande de pessoas buscando conhecimento para se livrar de maneira exata do molusco”, comentou.

Praga de época

No residencial Nelson Trad localizado no bairro Jardim Carioca, moradores estão tendo que lidar com um número grande de caramujos comuns, devido a umidade do período chuvoso. Alguns condôminos desconheciam que os mesmos não transmitem doenças assim como os caramujos africanos e servem para controle ambiental.

“Eu não tinha muita orientação a respeito e para mim todos eles transmitem doença, por isso queria eliminar todos”, comentou a diarista Ingrid Damascena de 24 anos.

Sabendo agora diferenciar os animais, a mesma afirma que no local nunca encontrou um caramujo africano, mas vai redobrar os cuidados neste período de proliferação.

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