O líder do “centrão”, deputado federal Arthur Lira (PPAL), que é candidato à presidência da Câmara Federal, seguiu o exemplo do concorrente Baleia Rossi (MDB-SP). Ele almoçou com sete deputados da bancada sul-mato-grossense ontem (22) e declarou que tem a maioria dos votos dos deputados federais do Estado.
O deputado chegou a marcar coletiva de imprensa às 15h na sede do Progressistas, que não ocorreu pelo atraso dele. Os jornalistas fizeram algumas perguntas em meio à pressa da assessoria do parlamentar.
O candidato governista está em campanha e veio pedir votos. Ele não quis dizer o nome dos deputados de quem recebeu apoio, mas disse que esteve com os deputados Beto Pereira, Rose Modesto e Bia Cavassa do PSDB (partido que fechou com Baleia), Luiz Ovando e Loester, Trutis do PSL, Fábio Trad (PSD) e até mesmo Vander Loubet do PT. O único que não participou foi Dagoberto Nogueira do PDT, que está em viagem.
Lira está confiante na eleição da Mesa e aposta na relação que possui com diversos partidos e bancadas. Ele afirma que tem a maioria.
“Não posso afirma quantos votos, mas eu tenho a maioria aqui. Estamos em campanha. Ninguém se elege sem voto, agora mais do que isso, tivemos um ano de 2020 muito difícil. Com ausência de presenças físicas na Câmara, passamos o ano todo na virtualidade. Alguns deputados a gente não via a muito tempo e aqui, praticamente é o penúltimo dia de viagem. Eu só vou faltar ir a Bahia e ao Espírito Santo para encerrar os 27 estados. Estou ouvindo as bancadas federais, discutindo com elas quais são as prioridades para o ano de 2021 nos estados, ouvindo quais são as necessidades do estado e quais são as pautas principais de cada um. Pedimos voto, conversamos com o governador Reinaldo Azambuja, o meu companheiro na Câmara de 2010 a 2014 com quem tenho uma excelente relação. Acho que nós vamos ter a maioria absoluta da bancada do Mato Grosso do Sul para as eleições do dia primeiro.”
Arthur Lira disse que, se eleito presidente, vai integralizar a Casa ouvindo os deputados, onde eles “terão voz e vão poder representar seus estados e bandeiras com altivez”.
“Em primeiro lugar, nós estamos viajando a todos os estados para deixar claro que os parâmetros de funcionamento da Câmara dos Deputados vão voltar a ser o que eram. Vai deixar de ser a Câmara da pauta personalista para ser a pauta de todos os deputados. Vamos trabalhar com previsibilidade de pauta, que serão anunciadas na semana anterior às votações. Teremos a previsibilidade desses assuntos com relatores e relatórios definidos, teremos a proporcionalidade partidária atendida de acordo com o que aconteceu na eleição; vamos fazer com que as pautas que estão travadas de reformas estruturantes e discutida no colégio de líderes, sejam votadas ainda no primeiro semestre para que a gente tenha um Brasil menos contencioso, com mais crescimento e mais harmonia.”
Questionado sobre a falta de unanimidade entre as próprias siglas que já declaram apoio, Lira afirmou que ele tem a tendência a ter a maioria dos votos. “Os nossos partidos que fazem o bloco e nós somos o único registrado até agora. Não tem outros. Os outros são perspectivas que os líderes anunciaram e não consultaram os deputados. O meu não, ele existe. O nosso bloco é mais unido e fiel. Os partidos têm o mesmo pensamento programático e ideológico. Estamos conquistando as siglas que estavam do lado oposto onde haviam deputados que não estavam sendo ouvidos. Temos clareza que temos mais votos do que blocos. Hoje temos tanto o maior bloco quanto mais votos.”
Para Lira o momento de centralização da pauta na Câmara é ruim. Ele reafirmou que como presidente vai ouvir sempre o colégio de líderes e as matérias estruturantes temáticas que estão trancadas. “Ou seja, você vai dar ao deputado a altivez do seu mandato. Essa é a grande mudança. A Câmara deixará de ser a ‘pauta do eu’, onde ‘eu pauto, eu faço ou não faço’, para ser a pauta do nós.”
Sobre a pauta do impeachment, o progressista afirmou que o assunto não é pertinente à campanha e se esquivou da resposta. “Temos um presidente da Câmara [Rodrigo Maia] que está ainda no seu mandato, embora falte sete dias e eu não quero tomar nenhuma fala dele. Quem tem de responder sobre o impeachment é o presidente atual.”