O ano de 2020 foi marcado pela expansão do crédito bancário para as micro e pequenas empresas brasileiras, incluindo as de Mato Grosso do Sul. Pelo menos foi o que revelou a 8ª edição da Pesquisa “Financiamento dos Pequenos Negócios no Brasil”, produzida pelo Sebrae. Somente no segundo trimestre de 2020, período mais difícil da pandemia, aumentou em 35% o volume de crédito concedido pelos bancos, comparado ao 2º trimestre de 2019. O volume passou de R$ 65 bilhões no segundo trimestre de 2019 no país para R$ 87 bilhões, no mesmo período de 2020.
Em Campo Grande, para o jornal O Estado, empresários que aderiram à medida revelam e comemoram as condições oferecidas pelos bancos e o recurso que ajudou a enfrentar um ano de grandes desafios econômicos.
O levantamento anual do Sebrae apontou ainda que, apesar dos obstáculos históricos para o acesso ao financiamento dos negócios, o ano de 2020 apresentou uma queda no nível de dificuldade na obtenção de em préstimos bancários, segundo avaliação dos próprios empresários. Em 2019, 69% dos Pequenos Negócios encontraram dificuldades; em 2020, 63% tiveram problemas. Os relatos de entraves dos empresários junto aos bancos também caíram expressivamente, principalmente sobre as taxas de juros (de 44% para 18%) e a exigência de garantias (de 20% para 11%). De acordo com o estudo, essa queda foi motivada pela criação do Pronampe e pela disponibilização de novas linhas de crédito com garantias do Sebrae, via Fampe (Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas), entre outros fundos garantidores.
Na Capital, Carlos Alberto Ferreira, proprietário da CAF Transportes, empresa especializada no transporte de cargas, foi um dos empresários que recorreram, no ano passado, ao crédito bancário. Para ele, os R$ 60 mil obtidos do Pronampe, via Caixa Econômica Federal, chegaram no momento certo e serviram como um alívio em plena pandemia, principalmente pelas facilidades e pelas taxas de juros consolidadas.
“Em relação aos recursos foram muito bem-vindos, eu estava com a documentação certa, tudo pronto e não tive muita dificuldade em conseguir o crédito, isso foi muito bom. Peguei aproximadamente R$ 60 mil, foi um refresco, no momento de pandemia, um recurso bem-vindo, e que vou começar a pagar a partir de março, com taxa de juros excelentes”, comemorou.
Destacando o apoio e as orientações recebidas pelo Sebrae, o empresário afirma que os resultados foram muito satisfatórios e até mesmo serviram como “ponte” para que outros colegas empresários também obtivessem linhas de crédito.
Para este ano, ele pontua que os ajustes realizados no ano passado em sua empresa possibilitaram que para 2021 as expectativas estejam otimistas.
“Preciso ser otimista em relação as expectativas para este novo ano, como qualquer outro empresário brasileiro. Com isso, minhas expectativas estão altas, espero que seja um ano melhor que o ano passado. Não pretendo pegar mais crédito neste ano, pois já em organizei bem no ano passado, com adequações e a empresa hoje, roda muito mais leve”, ressaltou.
(Texto: Michelly Perez)