O volume de açúcar exportado por Mato Grosso do Sul cresceu cinco vezes em 2020, chegando a 1.133 milhão de toneladas e com faturamento de US$ 303 milhões de dólares. Os dados são da Nota Técnica do Complexo Cana elaborada pela Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) e mostram a adaptação do setor ao mercado no ano passado.
Se em 2019 o setor representava apenas 1,23% das exportações do Estado, em 2020 o percentual saltou para 5,22%. Na variação de volume enviado para o mercado externo o crescimento é de 371,7% em um ano. O maior aumento entre os principais produtos da balança comercial de Mato Grosso do Sul.
A Argélia, no norte da África, é o país que mais comprou açúcar do Mato Grosso do Sul em 2020, passando de 48,2 mil toneladas em 2019 para o total de 241 mil toneladas adquiridas no ano passado. A China é o segundo maior comprador e também ampliou o mercado em 2020, passando de 7,9 mil toneladas para 132 mil toneladas.
Força Regional na pandemia
O setor sucroenergético é uma parte forte da economia estadual, já que representa 8% do PIB de Mato Grosso do Sul, com receita bruta estimada em R$ 11 bilhões em 2019. É responsável por grande movimentação econômica com 22 mil trabalhadores, sendo 10 mil apenas na produção de álcool, conforme os dados disponíveis na nota técnica da Semagro.
O secretário Jaime Verruck, titular da Semagro, explica que em 2020 o setor sucroenergético agiu rápido em aderir aos protocolos de biossegurança e em adaptar a produção para atender as demandas do mercado externo. “A produção de açúcar ganhou espaço nas usinas de açúcar e álcool com as condições mais favoráveis para exportação e o resultado é o crescimento recorde do setor”.
Presidente da Biosul, Roberto Hollanda destaca que tradicionalmente o mix de produção das unidades que operam em MS é de 70/30 para etanol e açúcar, respectivamente. Porém, o percentual varia conforme o mercado e nas duas últimas safras estava com a produção de etanol em 90%, o que mudou em 2020.