O dia de visita de familiares aos detentos gerou uma grande aglomeração em frente do Estabelecimento Penal de Segurança Máxima de Campo Grande, no sábado (12). A informação foi divulgada pelo Sinsap-MS (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de MS), que afirmou que os visitantes não respeitaram o distanciamento social para a prevenção contra COVID-19.
Depois de um tempo suspensas por conta da pandemia, as visitas foram retomadas no dia 14 de novembro com uma série de recomendações da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário). Mas o Sinsap se posicionou contra e enviou ofício alertando as autoridades competentes, pois acredita que há riscos para servidores e detentos.
“Cada visitante que entra em uma unidade prisional é um risco para a segurança de todos, pois ele pode levar o novo coronavírus. Servidores infectados são afastados e o serviço fica ainda mais deficitário, o que nos preocupa ainda mais nesta época do ano que aumentam as tentativas de fuga”, ressaltou o presidente do Sinsap/-MS, André Santiago.
O Sinsap também destacou que o número de servidores e presos contaminados pela COVID-19 continua crescendo. Conforme o último boletim da COVID do sistema prisional, divulgado pela Agepen ontem (15), 273 servidores já foram infectados e 20 ainda estão em tratamento. Já quanto aos detentos, em MS, 3.521 testaram positivo para a doença, 11 ainda estão em tratamento e houve duas mortes. Por conta disso, o sindicato solicitou que a autorização das visitas seja revista o mais rápido possível.
Em nota, a Agepen ressaltou que a retomada das vistas ocorreu seguindo várias restrições, como uso de máscara, distanciamento mínimo, a possibilidade de apenas um visitante por preso e em horários diferentes por grupo de internos. A agência disse que a situação é analisada em conjunto com os diretores de cada unidade e que, em algumas cidades do interior, as visitas já foram suspensas.
“A manutenção das visitas está sendo avaliada diretamente com os diretores das unidades prisionais, que deliberam sobre a manutenção dessas visitas, já estando suspensas nas unidades de Naviraí, Bataguassu e Amambai e Nova Andradina.”
A Agepen ainda informou que não há nenhum documento da diretoria do Estabelecimento Penal de Segurança Máxima de Campo Grande solicitando a suspensão das visitas.
Texto de Mariana Ostemberg publicado por Dayane Medina