Curta-metragem retrata a trajetória das araras na Capital

Todo início do dia e o fim da tarde têm algo em comum em Campo Grande: o grito das araras. Integradas à rotina urbana, elas têm ninhos espalhados pela cidade e, claro, lugar cativo nos corações. E é um pouco de tudo isso que o projeto “Campo Grande das Araras” pretende mostrar por meio de um curta-metragem. O projeto é financiado pelo FMIC (Fundo Municipal de Investimentos Culturais) e dirigido por Lú Bigatão e Rosiney Bigatão.

“Há muitos anos, temos vontade de registrar, gravar e fazer um filme sobre a presença das araras em Campo Grande. Morei em São Paulo um tempo e quando voltei para Campo Grande, vi como era muito forte a presença delas. Passei a observar como faz parte da nossa rotina. A gente vê ninhos por tantos lugares, elas conseguem se reproduzir. Ou seja, estão integradas”, conta a diretora do curta, Rosiney Bigatão.

O curta-metragem mostra a migração das aves do Pantanal para Campo Grande e a saga enfrentada por elas para sobreviverem na cidade. O filme busca desenvolver uma narrativa híbrida, mesclando a linguagem do documentário à ficção. O filme pretende lançar um novo olhar sobre a presença das araras no meio urbano e a relação que as pessoas têm com as aves e todo o meio ambiente.

“Nosso principal objetivo é que as pessoas possam se conscientizar e tornar nossa cidade ainda melhor para as araras e para nós. É muito legal morar numa cidade onde tem tantas araras”, lembra a diretora.

A equipe está em campo, percorrendo lugares frequentados pelas aves. A próxima etapa é uma viagem ao Pantanal, que deve acontecer em janeiro. A equipe vai acompanhar a bióloga e pesquisadora Neiva Guedes, do Instituto Arara Azul. A intenção é mostrar a migração das araras do Pantanal para a Capital sul- -mato-grossense.

Além disso, o filme aborda questões complexas como o desmatamento e as queimadas que as deixam sem morada. A proposta é criar um olhar subjetivo, tudo retratado de maneira poética, onde o espectador possa se colocar no lugar da ave e entender sua relação com o ambiente.

A estimativa é de que mais de 700 araras circulem pela área urbana do município. Diante disso, o projeto prevê, ainda, a criação do Circuito das Araras, um roteiro turístico em Campo Grande, identificando os lugares mais frequentados pelas aves, para que moradores e turistas possam percorrer para observá-las, de carro, a pé ou de bicicleta.

“São várias ações ao mesmo tempo. Tem filme, vídeos didáticos… vamos propor a rota turística. O filme é o instrumento de maior conscientização, mas tem outras ações também”, garante a diretora.

A expectativa da equipe do projeto é de finalizar o curta- -metragem a tempo de lançá-lo em 5 de junho do próximo ano, quando é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente.

(Texto: Patrícia Belarmino)

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