MS espera aval do Ministério da Saúde para ampliar leitos de UTI

Atualmente, MS conta 254 leitos. Na Capital, se a União liberar, serão 30 leitos a mais em quatro hospitais

Enquanto o coronavírus avança pelo Mato Grosso do Sul, o poder público corre contra o tempo para garantir atendimento para os pacientes. Na última quarta-feira (2), o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, se reuniu com o Ministério da Saúde, em Brasília (DF), para protocolar o pedido de ampliação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para o Estado. Pelo menos 54 vagas foram solicitadas, das quais, 30 são para Campo Grande. O governo do Estado aguarda o sinal verde do Ministério.

Ao Jornal O Estado, o secretário afirmou que não há previsão de uma resposta sobre o pedido ao Ministério. “Nós deixamos todas as demandas, de todos os leitos que solicitamos: cinco em Paranaíba, cinco para Costa Rica, seis para Jardim, 30 leitos para Campo Grande, sendo 10 no Hospital Regional, 10 na Santa Casa, cinco no Hospital El Kadri, cinco leitos no Procárdio [Clínica Campo Grande], oito leitos para Nova Andradina. Pedimos mais habilitações de leitos para outros municípios do Estado e estamos aguardando o Ministro se pronunciar”, finalizou.

A ampliação de vagas se faz necessária diante do número crescente de casos de COVID-19 no Estado. O último boletim da SES revelou que MS já ultrapassou o patamar de 1 mil infectados por dia. São 1.006 diagnósticos diários. Somente ontem (3), foram mais 1.134 diagnósticos da doença no Estado. Houve ainda a confirmação de mais 11 mortes em decorrência da COVID-19, nove só em Campo Grande.

Com isso, o número de internações continua subindo em todo o Estado. Ontem, eram 504 pessoas internadas no Estado, 296 em leitos clínicos e 208 pacientes em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). A macrorregião de Campo Grande chegou ao patamar de 96% de internação; Dourados de 53%; Três Lagoas de 57% e Corumbá de 75%.

Superlotação

Conforme a diretora-presidente do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), Rosana Leite de Melo, até a manhã de ontem (3), a unidade operava com uma lotação de 108%, com pacientes além da capacidade em todas as áreas da instituição. Ela reiterou que os pacientes não param de chegar. Atualmente, a unidade referência para tratamento da doença em MS tem 100 leitos de UTI.

A ala azul da COVID, destinada à estabilização dos internados, tinha três pacientes além da capacidade. “Das 17h [de quarta-feira] até agora [9h de quinta-feira], dos 18 leitos disponíveis, nós temos 21 pacientes internados. No dia 2, nós tínhamos de manhã, 54 suspeitos e 111 confirmados [com coronavírus], um total de 165 pacientes”, ressaltou Rosana.

Balanço realizado pelo Jornal O Estado aponta que entre 19 de julho e 19 de agosto, o HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) ampliou seis vezes a sua oferta de leitos de terapia intensiva.

Após um período de calmaria epidemiológica, Mato Grosso do Sul desativou 40% de seus leitos de UTI destinados à pacientes com o novo coronavírus. O HRMS passou de 118 para 90 leitos de UTI, e posteriormente para 100.

Recursos humanos

O grande empecilho para a ampliação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) no Regional é a falta de médicos. O processo seletivo emergencial do Estado, realizado para a contratação de médicos e fisioterapeutas, se encerrou ontem (3). De acordo com diretora-presidente do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), Rosana Leite de Melo, as contratações só devem ser concluídas em 15 dias. Neste meio tempo, a diretora-presidente do HRMS recorreu à prefeitura de Campo Grande para preencher as escalas de trabalho.

“Eu entrei em contato com a Sesau [Secretaria Municipal de Saúde Pública] e o prefeito autorizou o remanejamento de 17 médicos [do município] para o HRMS. Se hoje, eu tivesse médico suficiente, conseguiríamos abrir os 118 leitos”, salientou Melo.

Mapa hospitalar de MS

Mato Grosso do Sul já contava com 212 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) adulto e pediátricos para atendimento a pacientes com a COVID-19, mas, conforme publicado no DOE (Diário Oficial do Estado) de ontem (3), houve a ampliação de 42 leitos em vários municípios. Com isso, o número de vagas subiu para 254 leitos em todo o Estado.

Campo Grande, uma das cidades citadas para ampliação de leitos pelo secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, já existiam 82 leitos. Como houve a ampliação de mais 37 leitos em três hospitais, agora a Capital conta com 119 leitos de UTI.

No município de Costa Rica, tem apenas 10 leitos de UTI para pacientes COVID, sem novas ampliações. Jardim tem apenas seis leitos de UTI para COVID. Já em Nova Andradina, são apenas oito leitos de UTI e sem novas ampliações. Paranaíba conta com cinco leitos de UTI que foram ampliados conforme o último mapa hospitalar divulgado no DOE.

Se os leitos citados por Resende forem liberados, MS receberá um acréscimo de 21% na oferta de vagas de UTI.

(Texto: Mariana Moreira com Dayane Medina)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *