Apesar de parecerem inofensivos, os animais de estimação podem causar grandes danos, é preciso ficar atento aos sinais!
Todo tutor de pet já deve ter se deparado com uma situação bastante corriqueira que é encontrar animais mordendo móveis e até mesmo sapatos pela casa. Mas será que é normal esse tipo de comportamento? E o que podemos fazer?
A professora do Curso de Medicina Veterinária da Anhanguera de Dourados, Creilda Santos Alves, explica que a prática é comum quando o animal troca de dente. “Reflete aí uma vontade orgânica de alívio perante a mordedura que funciona como um alívio”, afirma a especialista.
No mundo tumultuado em que vivemos não é de se espantar que o estresse faça parte da vida canina e ele pode apresentar sintomas como latidos excessivos, hiperventilação, queda de pelos e também morder objetos. Nesses casos os as medidas que podemos tomar para melhorar a qualidade de vida de nossos bichinhos é comprar brinquedos e acessórios para morder e até mesmo aplicar um spray repelente educador.
“Esses produtos têm sabor indesejado ao paladar canino e podem dar certo. Há produtos em lojas veterinárias com bons preços e diferentes formulações”, salienta, recomendando que o uso de disciplina sem gritos e o conforto ajudam a evitar o problema.
“Também é bom lembrar de alguns cuidados como não deixar o animal em casa sozinho por muitas horas e trabalhar para que o ambiente onde ele vai ficar seja mais aconchegante com brinquedos, comida e camas para pets em lugares arejados”, revela.
As brincadeiras também são parte importante do dia a dia tanto para o animal quanto para o dono e são parte dessa qualidade de vida. “Tratar uma doença ou comportamento indesejado é algo para ser compartilhado entre dono e animal”.
Na fase filhote isso é comum
Não existe uma idade específica para o cão desenvolver essa prática, mas na fase filhote é mais comum até mesmo por conta da descoberta do ambiente em que ele vive, e, claro, não deve durar mais que algumas semanas. “Se você decide ter um animal em casa é claro que deve avaliar as condições de espaço e também refletir sobre as possíveis adversidades que essa responsabilidade pode implicar”, comenta.
Bem-estar é fundamental
Creilda afirma que os princípios do bem-estar do animal devem ser avaliados. “Estar livre de fome e sede, de desconforto, dor e doença, medo e estresse são fatores principais para a qualidade de vida do bichinho”.
As estereotipias que são esses comportamentos compulsivos e repetitivos são justamente um estresse causado por vezes por falta de alimentação e espaço. “A observação e o contato com o bichinho são mais que necessários, não basta identificar que há algo errado e querer que isso passe naturalmente. Um bom ambiente e interação com a família e até mesmo passeios no fim de tarde são parte da rotina com um animal. Parte de compreender como essa e outras condições são passíveis de tratamento e que são comuns na vida de qualquer animal”, finaliza.
(Texto: Filipe Gonçalves)