Casos entre 20 e 39 anos são 44,8% dos dignósticos em MS e, na Capital, incidência subiu entre 20 e 29 anos
Com 19 mil testes positivos, a faixa etária entre 20 a 29 anos representa 20,4% do total de casos confirmados no Estado. Os maiores índices de contágio são registrados entre os adultos de 30 a 39 anos, com 22,6 mil casos confirmados, o equivalente a 24,4% do total. Os dados são da SES (Secretaria de Estado de Saúde) e revelam que, na prática, quase metade dos infectados do Estado são jovens, entre 20 a 39 anos.
Para a infectologista e integrante do COE (Comitê de Operações de Emergência) da SES, Mariana Croda, essa população configura como a mais contaminada em decorrência de uma maior exposição às atividades de trabalho, lazer e de educação. Croda salientou que, apesar da faixa etária dos 20 aos 39 anos utilizar menos os recursos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), pode ocorrer colapso em outros setores de saúde.
“Esta é uma população que utiliza menos a rede de UTIs, mas, ela continua utilizando o serviço de saúde de alguma forma. Por isso, temos um risco de colapso nas capacidades de testagem e de atendimentos das unidades de emergência, os hospitais têm sentido isso na prática clínica, que houve um aumento significativo nos atendimentos”, reiterou.
De acordo com o titular da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), José Mauro Filho, em Campo Grande, a maior incidência de aumento de casos é na faixa etária de 20 a 29 anos. “Os números de contaminados aumentaram 100%, é uma coisa que nos preocupa e está relacionado à exposição dessas pessoas em eventos em massa, desrespeitando os decretos e limitações [de ambiente]”, frisou.
A situação foi destacada pelo secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, na segunda-feira (23). Ele alertou que “jovens serão responsáveis pela morte de seus familiares”. Já Croda salientou que o aumento no número de casos já reflete na dificuldade de agendamento dos testes de COVID-19 realizados nos drive-thrus e nas unidades de atenção primária.
Os dados do boletim epidemiológico da Sesau apontam que nos últimos quatro meses, o perfil de pacientes internados sofreu alterações. Em 22 de agosto, de 300 pacientes hospitalizados, 144 eram na faixa etária acima dos 60 anos, ao passo que, 98 enfermos pertenciam a classificação de 41 a 60 anos. A taxa de internação sem comorbidades era de 24%.
Neste mês, os índices de pacientes de 41 a 60 anos se equiparou a faixa etária de idosos acima dos 60 anos, com 81 e 82 internações respectivamente, conforme o boletim divulgado no dia 22 de novembro. Em relação às internações sem comorbidades, a taxa alcançou o patamar de 27% no boletim divulgado ontem (24).
Conforme apresentado pela SES, Mato Grosso do Sul registrou mais 777 casos positivos da COVID-19 e chegou ao patamar de 93.747 casos ontem. Com o registro de 11 novas mortes, MS possui 1.738 vítimas da doença. Este é o maior número de mortes em Campo Grande desde setembro.
Macrorregiões
Os índices de contágio registrados no mês de novembro em MS preocupam autoridades de saúde. O motivo é o aumento expressivo do número de casos do novo coronavírus, que já reflete em três das quatro macrorregiões do Estado.
Dados da SES (Secretaria de Estado de Saúde) apontam que os casos de COVID-19 na macrorregião de Campo Grande registrados entre os dias 15 a 21 de novembro, são os maiores em nove semanas. No período, 2.977 testaram positivo para o novo coronavírus, um aumento de 59% em relação à semana anterior, com 1.863 casos.
Na macrorregião de Dourados, após um período de estabilidade entre os dias 1º a 7 de novembro com o registro semanal de 489 casos, houve um novo pico de contágio nos sete dias seguintes entre 8 a 14 de novembro, com 678 confirmações da doença, um incremento de 38%.
Semelhante à tendência da macrorregião da Capital, as cidades ao sul do Estado foram responsáveis por elevar o nível de novos casos ao patamar de 752 confirmações da doença em apenas uma semana, entre os dias 15 a 21 de novembro. Os índices foram os maiores registrados em seis semanas.
Após apresentar queda e estabilidade por quatro semanas seguidas, os casos de coronavírus na macrorregião de Três Lagoas voltaram a crescer. A semana epidemiológica 47, entre os dias 15 a 21 de novembro, foi responsável pelo incremento de 198 casos, um aumento de 19% em relação à semana anterior.
Na contramão do restante do Estado, a macrorregião de Corumbá é a única que apresentou casos em queda na última semana. Entre os dias 15 a 21 de novembro, foram registrados 153 casos da doença nos municípios pantaneiros. Uma redução de 12% em relação aos casos de COVID-19 registrados na semana anterior, entre os dias 8 a 14 de novembro, com 175 casos.
De acordo com a SES, as projeções indicam que os novos casos de coronavírus registrados nesta semana devem superar os índices dos últimos 14 dias. Conforme a secretaria, na semana epidemiológica 46, correspondente aos dias 8 a 14 de novembro, o Estado registrou 2.882 casos de COVID-19.
Entre os dias 15 a 21 de novembro, semana epidemiológica 47, houve o incremento de 4.080 casos da doença em Mato Grosso do Sul. Um aumento de 41% em comparação com os índices da semana anterior. Somente nos três primeiros dias desta semana epidemiológica, foram registrados 2.605 casos de COVID-19.
(Texto: Mariana Moreira)