Pedro Chaves
Sou um entusiasta da ideia de que a América do Sul deve se integrar ainda mais, como fazem outras nações, como forma de melhorar o desempenho econômico e social dos países dessa Região. A disputa pelos mercados internacionais exige parcerias perenes em todas as áreas do conhecimento humano. Não há outra alternativa para crescermos que não seja pelo caminho da integração. Aliás, integração é a palavra de ordem daqueles países que querem se desenvolver e ofertar qualidade de vida e dignidade a sua população.
A dinâmica da economia mundial é marcada por intenso processo de globalização. Alguns poucos países controlam grande parte do comércio mundial. Isso acontece porque eles concentraram esforços para dominar o que há de mais moderno no campo da ciência e da tecnologia. Essa situação, claro, indica que devemos buscar o máximo de parcerias, nos mais diferentes continentes, para não ficarmos para trás na divisão internacional da produção. Temos que nos unir.
O Oceano Atlântico, há séculos, nos liga a mercados importantes como o dos EUA e da Europa, entretanto, conforme podemos ver, a Ásia também oferece imensas oportunidades. A história do comércio internacional é dinâmica. Continuaremos mantendo nossas relações econômicas e culturais com o ocidente, mas temos que ampliar nosso olhar para os países asiáticos. Enormes oportunidades estão sendo gestadas nesse continente que cresce a taxas altíssimas.
O continente Asiático detém 61% do mercado mundial. Destacam-se a China, Índia, Indonésia, Japão e Coréia do Sul, que já se consolidaram como grandes produtores e consumidores do presente e do futuro. São bilhões de pessoas que demandam carne, soja, minério, celulose e outros produtos. A China, hoje, de acordo com Amélio Dall’Agnol, pesquisador da Embrapa, tem a 2ª maior economia do planeta e está a caminho de ser a 1ª, antes de 2050.
Na perspectiva de aprofundar nossos laços com a Ásia, o Governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, vê com entusiasmo o esforço que está sendo feito pelos governos e a sociedade civil do Brasil, Paraguai, Argentina e Chile para concluir a tão esperada Rota Bioceânica.
Tenho participado ativamente das tratativas dessa rota. Inclusive fui o relator no Senado Federal da proposta de construção da ponte que ligará os municípios de Porto Murtinho a Carmelo Peralta no Paraguai. A ponte terá 680 metros de cumprimentos e 12 metros de largura. O projeto está orçado em 290 milhões de reais e será custeado pela Empresa Itaipu Binacional.
Quando a rota estiver totalmente concluída a previsão é que nossas mercadorias chegarão aos países asiáticos com 20 dias a menos do que o caminho pelo Oceano Atlântico. A rota pelo Pacífico economiza algo como 7.000 quilômetros. Isso permite que nossos produtos cheguem mais rápidos e a preços competitivos.
Ademais, uma notícia importante é que a cidade de Campo Grande se tornará um dos mais importantes polos de distribuição de mercadorias do Brasil. A Rota Bioceânica vai representar uma fase nova no crescimento econômico e social de Mato Grosso do Sul.
* É economista, educador e Secretário de Estado do Governo de Mato Grosso do Sul.