Setembro foi mês crítico, com 24,08% do território em seca extrema
Mato Grosso do Sul passou pelo pior período de seca já registrado no mês de setembro. De acordo com Monitor de Secas, que é coordenado pela ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico), o Estado registrou seca em 100% de seu território desde o mês de julho. Já em setembro, 24,08% do território do sul-mato-grossense estava classificado como seca extrema. O dado é o maior percentual de seca extrema de setembro, deixando o MS como o estado com a pior situação de seca do país
A última atualização do Monitor de Secas aponta que houve desvios negativos da chuva trimestral nas faixas norte e central do Estado, o que agravou a situação de seca a curto prazo. Desta forma, houve uma expansão da área seca grave no centro-norte e no noroeste do Estado. Essa mudança levou ao aumento na área de seca, passando de 1,28%, em agosto, para 24,08%, em setembro. O impactos devem continuar a longo prazo no sul e sudeste.
O mês de setembro costuma ser seco em grande parte do Centro-Oeste, Sudeste, Nordeste. Os períodos de chuva são mais curtos, registrando volume de chuva inferior a 30 mm.
O agravamento, entre agosto e setembro, foi registrado em outras 11 unidades da federação. São elas: Alagoas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Sergipe e Tocantins.
Mato Grosso do Sul liderou com seca extrema na maior área territorial. Na sequência veio o Paraná (8,6%) e Minas Gerais (2,92%).
Chuva chega em MS
As chuvas volumosas em Mato Grosso do Sul finalmente estão chegando. Conforme a meteorologista do Cemtec-MS (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), Franciane Rodrigues, as chuvas estão chegando de forma progressiva após um longo atraso.
“As chuvas não estão bloqueadas em Mato Grosso do Sul, elas só estão ocorrendo de forma isolada e gradativa. Desde 6 e 7 de outubro, MS vem registrando pancadas de chuvas em todas as regiões. Foram registrados até mesmo estragos em algumas cidades do interior do Estado, muitos deles provocados por ventanias e volume intenso”, reiterou.
No período de 1 a 18 de setembro não ocorreram chuvas no Estado devido à atuação do anticiclone, comum nessa época do ano. A condição de anticiclone foi responsável por manter o tempo seco e de temperaturas elevadas em MS.
Apenas entre os dias 19 a 22, a massa de ar seco teve leve enfraquecimento, o que permitiu a formação de nuvens de chuva no Estado.
Conforme os dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), nos últimos 15 dias, o Estado já registrou, em média, aproximadamente 40 mm de acumulados.
A meteorologista salientou que, só neste mês, Campo Grande teve 79,4 mm de chuvas acumuladas, o que representa 52% da média esperada. A umidade relativa do ar em elevação em conjunto com um maior número de nuvens no céu indicam que as temperaturas devem ficar dentro da média esperada para a primavera.
De acordo com Franciane, estamos em um momento de intensificação dos canais de umidade para o favorecimento de chuvas. “Daqui para frente, espera-se pancadas de chuvas isoladas no período da tarde, favorecido pela temperatura e umidade local”, explicou. Chuvas mais volumosas são esperadas para o final do mês, com possibilidade de alagamentos, ventos fortes e granizos, conforme a meteorologista do Cemtec-MS.
(Texto: Amanda Amorim com Mariana Moreira)