As queimadas no Amazonas registrou recorde em 2020, de acordo com dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) foram contabilizados 15.701 focos ativos, esse número é superior de 2005, quando chegou a 15.644 casos.
O terceiro maior índice, foi no ano de 2015, conforme o levantamento chegou a 13.419 casos. Em 2019, foram 12.676 focos, com esse número chegou ao quarto lugar.
Apuí e Lábrea são as cidades que estão sendo mais afetadas. Ambas fazem fronteira com o Mato Grosso. Em Apuí, foram registrados 2.740 focos até o final da segunda semana de outubro. Em Lábrea, 2.237.
De acordo com o Inpe, a Amazônia é o bioma mais afetado em 2020 por queimadas. Entre os casos registrados em todo o Brasil, 45,6% são na região.
O geógrafo Carlos Durigan diz que as queimadas são a consolidação do desmatamento em áreas que serão usadas para atividade pecuária ou transformadas em campos agrícolas.
“O Amazonas é o maior Estado do Brasil e nos últimos anos vemos esse aumento expressivo que vem pelo sul do Estado. Nada mais é que a substituição do modo de vida, do modo de produzir amazônico pelo modo de produzir que vem de outras regiões, como o Sul e o Centro-Oeste. E que tá ligado ao agronegócio, a agricultura e a pecuária extensiva”, fala o geógrafo.
“Se não houver uma salva-guarda sócio-ambiental por parte das autoridades vamos ver esse cenário de destruição estabelecido no sul do Amazonas subindo para a Amazônia central, afetando a vida das pessoas que vivem na região do Purus e do Madeira, até Manaus. Estamos perdendo 1 patrimônio de valor incalculável, como biodiversidade, floresta, serviços ecossistêmicos e qualidade de vida”, afirma.
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