Empreendedoras conciliam filhos e trabalho em casa

Professora de dança,
Adriellen é mãe da
Joana e trabalha com
decoração.
Arquivo Pessoal.
Professora de dança, Adriellen é mãe da Joana e trabalha com decoração. Arquivo Pessoal.

Ser mulher não é uma tarefa fácil, mas elas sempre conseguem uma forma de dar conta do recado. Agora, ser mulher e mãe também está longe de ser fácil e, por isso, algumas acabam abrindo mão de trabalhar fora por conta dos pequenos. Para conciliar a maternidade e a vontade de ser independente financeiramente, muitas levaram o trabalho para o seu próprio lar, em alguns casos conseguindo faturar quase o dobro do que se estivessem trabalhando fora.

Como homenagem ao Dia da Mulher, comemorado em 8 de março, a equipe de reportagem do jornal O Estado foi atrás de algumas histórias de mulheres que são mães e vivem nesse “mundo”.

Uma delas é a artesã Adriellen Lopes, de 29 anos. Ela tem uma filha chamada Joana, de 1 ano e 9 meses, que deu nome a sua empresa no ramo de papelaria, “Joaninha Criativa”. Para isso, ela precisou investir R$ 3 mil e hoje ganha o dobro do que ganhava antes.

Adriellen trabalhou por 12 anos como professora de dança e bailarina. Ela conta que trabalha em casa desde que Joana tinha 6 meses. “Todo mês comemorava o mesversário dela e comecei a fazer os próprios topos do bolo. Fiz um curso on-line e pedi ajuda da minha mãe para decorar o chá de bebê de uma amiga e assim deu certo. Já estou há 1 ano e 3 meses.

Trabalhando em casa ganho duas vezes mais do que ganhava antes. Trabalho bem mais também, porém estou amando”, acrescenta. Até os 9 meses da filha, ela tentou conciliar a dança com a maternidade e a nova profissão escolhida.

“Estava difícil a logística para deixar com alguém e ir dar aula, muitas vezes levava até comigo. Porém, a demanda da papelaria começou a crescer e o tempo de produção já estava curto e decidi parar, até porque não estava compensando mais financeiramente. Aos fins de semana trabalhava como dançarina em uma casa de shows, com a pandemia acabando com os eventos também parei de dançar”, explica.

Vendas e maternidade

A empresária no ramo de vestuário infantil, da Jujuba Kids & Baby, Cristiane Sousa Borges, de 39 anos, também parou de trabalhar fora para cuidar de seu primeiro filho, que hoje tem 11 anos. Ela tem outros dois meninos, um de 9 anos e outro de 6 anos.

Antes, Cristiane representava uma marca de cosméticos para salão, mas há cinco anos resolveu investir R$ 2 mil para abrir seu próprio negócio, que dá a ela quase o dobro do que ganhava antes.

“Apaixonada por vendas e pela maternidade, pensei em algo que pudesse conciliar os dois, ter uma renda sem precisar deixar meus filhos com alguém ou em escola período integral”, relata.

Para a proprietária de uma livraria infantil on-line, Ana Paula Ajul de Menezes, 39 anos, o relato não foi diferente. Formada em Administração e Arquitetura e mãe de duas meninas, uma de 5 anos e outra de 2 anos, há cinco anos optou por trabalhar em casa para cuidar de sua primeira filha. Foram investidos R$ 5 mil para dar início à nova etapa.

“A maternidade despertou em mim a responsabilidade pela educação integral das minhas filhas. E seria impossível assumir essa responsabilidade, trabalhando fora de casa. O casamento e os filhos se tornaram prioridades, e cuidar deles deu sentido à minha vida.”

No caso de Ana Paula, a renda não é equivalente ao que ganhava trabalhando fora de casa, mas se sente realizada em estar perto das filhas e ter faturamento dentro do próprio lar.

(Texto: Izabela Cavalcanti)

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