Deam deve pedir prisão de suspeito de estuprar paciente em HRMS

Vítima fez reconhecimento do investigado na última quinta-feira (18)

A Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) analisa a possibilidade de pedir pela prisão do técnico de enfermagem do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), suspeito de estuprar uma mulher que estava internada no hospital com COVID-19, no dia 4 de fevereiro. Ele foi reconhecido pela vítima, de 36 anos, na quinta-feira (18), na delegacia.

Segundo a delegada responsável pelas investigações, Maíra Machado, dois técnicos de enfermagem foram apontados como possíveis autores do crime, mas, após a vítima não ter dúvidas de quem seria o abusador, foi descartada a participação de um deles. O homem foi interrogado, mas negou o crime. Ele disse que não conhecia nem teria dado medicações para a mulher.

“Ele não pôde ficar preso porque já havia passado o  flagrante e ainda não havia mandado [de prisão] porque nós não havíamos conseguido qualificá-lo. A vítima tinha dado no depoimento as características dele e o nome, mas a gente não conseguia individualizar. partir do momento que eu tive a vítima reconhecendo de forma indubitável, ele foi indiciado”, explicou a delegada.

O suspeito foi indiciado pelo crime de estupro de vulnerável. A investigação continua e, conforme Machado, duas testemunhas serão ouvidas. “Já que ele negou no depoimento dele qualquer tipo de autoria, eu quero confrontar com outros depoimentos. Estamos no aguardo do laudo pericial da vítima e das roupas dela”, ressaltou.

Para a mãe da vítima, Míria Motta, que foi até a delegacia, o reconhecimento foi muito difícil. “Olhar novamente, ainda que separada por um vidro, para o seu agressor foi muito difícil. Tiveram momentos que ela passou muito mal, foi um momento que mãe nenhuma gostaria de presenciar o estado emocional de um filho naquela situação.”

A mãe explica que a filha não teve dúvidas quando viu o agressor na delegacia. “Porque ela estava consciente, nunca esteve sedada no período que estava internada, ela tinha total certeza da imagem, da fisionomia do agressor. Quando ele pisou o pé dentro da sala, ele estava de lado, na mesma hora ela apontou”, explicou. Ela deseja ver o homem preso. “Eu creio na Justiça de Deus e da Terra.”

O caso

Uma mulher de 36 anos denunciou que foi estuprada enquanto estava internada no HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul). Ela estava na ala para COVID-19. Segundo a mulher, o profissional da enfermagem foi até o quarto dela, na madrugada do dia 4 de fevereiro, e começou a tocá-la. Logo após o crime, ela contou sobre o estupro para a mãe, que procurou a polícia e a administração do hospital.

O HRMS informou que não vai se pronunciar. Já a SES (Secretaria de Estado de Saúde) afirmou, por meio de nota, que o hospital iniciou um procedimento investigatório, por meio de uma sindicância contra o servidor, para apurar os fatos.

(Texto: Mariana Ostemberg)

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