Acúmulo de reajustes deixa planos de saúde até 50% mais caros

Depois de suspender a cobrança dos reajustes de planos de saúde, no ano passado, por conta da pandemia do novo coronavírus, os usuários de planos de saúde devem preparar o bolso para uma alta de até 50% neste ano, foi o que apontou um levantamento realizado pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) com base em seis simulações. Para quem acredita que esta realidade ainda é distante, a Procon-MS (Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor) alerta que já recebeu reclamações de usuários do Estado, insatisfeitos com os valores cobrados nas suas mensalidades. 

Segundo o instituto, as diferentes modalidades de contrato e o acúmulo de tipos de reajuste tiveram impacto sensível nos resultados, que variaram entre 12,21% e 49,81% de aumento. O percentual mais alto, de quase 50%, foi verificado nos contratos coletivos de adesão, que sofreram reajuste anual e por faixa etária em 2020. A simulação do Idec utilizou os valores indicados no Painel de Precificação da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) de julho de 2020. De acordo com Teresa Liporace, diretora-executiva do Idec, os resultados são assustadores.

“O resultado é assustador, mas não surpreende. Estamos falando de um mercado com desequilíbrios profundos e que foram agravados pela intransigência e falta de transparência da ANS durante a pandemia. Detectamos aumentos de até 50% em simulações conservadoras, e isso é claramente insustentável, ainda mais num cenário de crise sanitária e econômica sem data para terminar. O que os planos de saúde estão fazendo com os consumidores é cruel e injusto”, revelou.

Nos planos individuais, de acordo com o levantamento, a variação sentida pelos usuários de planos individuais que tiveram apenas o reajuste anual suspenso em 2020 foi de 12,21% entre dezembro e janeiro. Já aqueles que sofreram reajuste anual e por faixa etária viram a mensalidade aumentar 34,99%. Nos planos coletivos empresariais, como era de se esperar, estes (que não têm os reajustes regulados pela ANS) experimentaram aumentos ainda maiores. Para os planos coletivos empresariais, a variação sentida de dezembro para janeiro foi de 26,67%. Nos casos em que os reajustes anual e por faixa etária se acumularam, a variabilidade chegou a 49,71%.

Contudo, valores ainda maiores são esperados para os planos coletivos por adesão, em que a variação de mensalidade sentida pelo consumidor que recebeu apenas o reajuste anual foi de 26,67%. Para reajustes acumulados, foi de 49,81% – a mais alta entre todas as projeções feitas pelo Idec. Para esclarecer e confirmar que os consumidores estão pagando os valores corretos, o instituto desenvolveu um aplicativo que calcula os valores e os juros, e para isso basta acessar o site: https://idec.org.br/ferramenta/calculadora-reajustes- -de-planos-de-saude.

(Texto: Michelly Perez)

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