Polo de pesca, Corumbá adota pesque-solte e abre temporada

Um dos destinos de pesca esportiva de Mato Grosso do Sul a apoiar integralmente as medidas do Governo do Estado de reduzir a cota de pescado nos rios do Pantanal, Corumbá trabalha de forma diferenciada em relação às demais regiões turísticas ao adotar o pesque-solte durante toda a temporada. Mais de 80% dos 30 barcos-hotéis operam com captura zero e tem a adesão quase unânimes dos pescadores esportivos do Estado e de outras localidades.

Com a nova tendência, a temporada de pesca nos rios pantaneiros, dentro do município, ganhou mais um mês e fevereiro, em plena piracema, se tornou uma opção que veio a agregar ao mercado e atender a demanda. A Acert (Associação das Empresas de Turismo de Corumbá) estima que 30% dos barcos-hotéis abriram a temporada de 2021, cumprindo todas as normas de biossegurança adotadas durante a pandemia do coronavírus.

Primeiro polo de pesca a também decretar a moratória do dourado por cinco anos, Corumbá saiu na frente no desenvolvimento sustentável da pesca e acompanhando a tendência mundial. Países como Argentina e Paraguai já proíbem o transporte do pescado e atraem milhares de pescadores.

“Tomamos a iniciativa de lançar essa proposta de pesque-solte, assumindo a responsabilidade e os possíveis riscos, e podemos dizer que a resposta de adesão dos nossos clientes foi de quase 100%”, afirma a empresária Joice Santana, que opera com três barcos-hotéis. “Hoje não parte mais dos empresários, são os pescadores que não querem mais levar o peixe, estamos em outro nível. O ideal seria a cota zero”, diz Raquel Amaral, do barco-hotel Indiaporã.

Meta: captura zero

A legislação pesqueira em vigor no Estado – Decreto nº 15.375, de 28 de fevereiro de 2020 – reduziu de cinco quilos e mais um exemplar de qualquer tamanho para apenas um exemplar de espécies nativas (respeitando os tamanhos mínimos e máximos) a cota de pescado para o turista, que tem ainda a opção de capturar e transportar cinco piranhas. O decreto manteve a cota do pescador profissional e garantiu fonte de renda às comunidades ribeirinhas.

Meta: captura zero

Apoiando a medida do governo, os operadores corumbaenses mantiveram a posição de fomentar a prática do “pesque e não leve” com base em pesquisas realizadas com seus clientes. “O pescador não quer mais matar o peixe, a não ser aquele que ele come na barranca do rio ou no barco”, relata o empresário Luiz Martins, do barco-hotel Kalypso e presidente da Acert. “Não há mais lugar para o peixeiro, aquele que pescava o suficiente para pagar sua viagem. Nossa meta é a captura zero e estamos conseguindo criar essa consciência.”

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