Vacina: SES estima perda de uma a cada 46 doses

MS tem mais de 3 mil doses de reserva para casos de prejuízo

A SES (Secretaria de Estado de Saúde) estima perder na média uma a cada 46 doses do total do primeiro lote da CoronaVac, imunizante de combate à  COVID-19, recebido do Ministério da Saúde na última segunda-feira (18).

Essa “perda”, na verdade, é o total de 3.383 ampolas da vacina que estão reservadas, classificadas como “quantitativo de perda operacional” e não contabilizadas entre as 158.546 doses anunciadas por ministério e secretaria. Essa quantidade excedente serve como substituição do cronograma inicial de imunização estabelecido em caso de eventualidades, explicou a pasta.

O número foi revelado na terça-feira (19) pela secretaria estadual no Diário Oficial, em tabela que revelou
a divisão exata das doses recebidas no primeiro lote por todos os 79 municípios e o número de pessoas a ser imunizado por meio dos protocolos estabelecidos por secretaria e ministério por intermédio do PNI (Programa Nacional de Imunização).

Por meio de nota, a secretaria explicou que o quantitativo a mais se tornou necessário “por conta da urgência de logística estabelecida para distribuição imediata dos imunizantes”. “Normativamente é previsto em campanhas de imunização, um quantitativo reservado especificamente para possíveis ‘perdas’”, aponta a secretaria no texto.

Ainda de acordo com a SES, a recomendação do ministério era de se reservar 5% de doses excedentes como forma de reposição. Mas a tabela apresentada não segue essa lógica. Dourados, cidade sul-mato-grossense que recebeu o maior número de doses (30.598), tem apenas 405 ampolas reservadas para eventuais perdas. Ou seja, 1,3% na média proporcional.

Enquanto isso, Campo Grande, que recebeu o segundo maior número de doses (26.806), teve 1.437 ampolas reservadas, cumprindo de fato a proporção mencionada pela pasta (5,3%).

No caso da Capital, entretanto, até por ser o centro de distribuição do imunizante a todo o Estado, a Sesau (Secretaria Municipal da Saúde Pública) tratou a questão como “um benefício adicional ao município”. Ou seja, não havendo perdas, a quantia excedente se torna disponível para aumentar o número de pessoas vacinadas planejado inicialmente.

“Portanto, o quantitativo extra para possíveis perdas é programando, isso se estende para todo e qualquer imunobiológico e não faz parte da porcentagem destinada aos grupos priorizados”, completa o texto.

De acordo com a tabela divulgada pela gestão estadual, exceto Dourados, a proporção, contudo, segue a lógica. Figueirão, cidade que recebeu o menor número de doses (62), tem apenas três ampolas excedentes de sobra.

Sem percalços que exijam a utilização do Divulgação quantitativo de perda, o ganho de doses diante do limitado número disponibilizado pelo ministério é um respiro. Isso porque o primeiro lote foi insuficiente
para atender toda a demanda até do grupo prioritário.

Com o número limitado de doses desse primeiro lote, insuficiente para atender toda a demanda até dos grupos  prioritários, o governo do Estado diz oficialmente que seguirá o Plano Nacional de Imunização planejado pelo Ministério da Saúde. Isso afasta, por enquanto, o projeto inicial de o Estado comprar por conta própria as vacinas, seja lá de qual laboratório for, e faz com que as ações dependam do governo
federal.

(Texto: Rafael Ribeiro)

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