Pelo segundo ano, garis estão entre as atividades de maior risco no Estado

Os garis são os profissionais que recolhem o lixo das residências, indústrias e comércios, além de varrer ruas e capinar a grama. Apesar de indispensáveis para a limpeza das cidades, os garis quase sempre passam despercebidos nas ruas. Com tantas funções em meio à correria da cidade, a categoria aparece entre as dez atividades que mais sofrem acidentes de trabalho em Mato Grosso do Sul desde 2019. 

Conforme os dados mais recentes da SRT (Secretaria Regional do Trabalho) do Estado, até junho do ano passado, foram registrados 71 acidentes envolvendo a categoria, deixando-a em 5º lugar no ranking das 20 atividades econômicas que mais se acidentam. Já em relação à função, os garis ficaram em 11º lugar, com 56 registros de acidentes de trabalho. 

Em 2019, a coleta de resíduos não perigosos também ficou em 5º lugar no ranking das atividades econômicas que mais sofreram acidentes. Durante todo o ano ocorreram 290 acidentes. Entre as funções que mais se acidentam, os garis ficaram em 6º lugar com 219 acidentes registrados.  

Os riscos da função voltaram a ser noticiados na semana passada. Na terça-feira (11), um gari de 25 anos foi atropelado pelo próprio caminhão da coleta enquanto trabalhava no município de Rio Brilhante, distante 163 quilômetros da Capital. O rapaz foi internado no hospital da cidade com fratura no fêmur. 

Números de 2020

Ao todo, até junho, foram registrados 2.921 acidentes de trabalho em Mato Grosso do Sul. Desse total, 11 morreram. O auditor-fiscal do trabalho Mauricio Martinez afirmou que esses dados são os oficiais do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), das CATs (Comunicações de Acidente de Trabalho).

“Existe muita subnotificação, empresas que não declaram os acidentes de trabalho, mas é o dado oficial que temos para fazer o rastreamento”, assegurou. 

Segundo Martinez, os dados são utilizados para o rastreamento das principais causas que ocasionam acidentes, bem como em que locais e setores econômicos estes acontecem com mais frequência. “Essas estatísticas direcionam as ações fiscais, que têm com o objetivo reduzir a ocorrência de acidentes e também apontar medidas preventivas para serem adotadas pelas empresas”, explicou.

(Texto:  Rafaela Alves )

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