Plano de imunização inclui horário estendido de postos e agendamentos

Em entrevista ao jornal O Estado, secretário municipal de Saúde José Mauro detalhou algumas ideias de ação

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) está trabalhando no plano de distribuição e imunização para quando houver vacina contra a COVID-19. Em entrevista ao jornal O Estado, o titular da pasta, José Mauro Filho, afirmou que planeja vacinação nas 71 unidades de saúde, com atendimento por turnos, ampliação do horário de funcionamento e, até mesmo, cadastro e agendamento. Dessa forma, Campo Grande poderia imunizar 12 mil pessoas por dia. Atualmente, nenhuma vacina foi liberada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

O esquema de vacinação por turno é estudado pela secretaria para fazer a imunização contra a COVID-19, manter os atendimentos regulares das unidades e evitar aglomerações. “Todas [as unidades] vão vacinar. Estamos discutindo isso nesta semana para saber como vai funcionar porque, além dessa vacina, nós temos todas as vacinas do calendário”, disse. “É

provável que a gente divida o período do dia. Por exemplo, de manhã para que vacine-se todo o calendário e, de tarde, vacine-se apenas contra o coronavírus”, exemplificou.

Outra medida que a Sesau quer colocar em prática é um novo horário de atendimento para a população, com as unidades funcionando à noite. “Nós vamos estender o horário de funcionamento até as 22h para que faça a vacinação após às 17h”, explicou. Também está sendo avaliada a abertura dos postos de saúde durante o fim de semana para manter, exclusivamente, a vacinação.

O secretário afirmou ainda que planeja a criação de uma central de agendamento. Esta plataforma vai servir para cadastramento das pessoas para duas finalidades: a primeira é para dar a opção de agendamento para os grupos prioritários que forem se vacinar; a segunda é para que as pessoas imunizadas sejam monitoradas para verificações de efeitos colaterais. Esta última situação é padrão num cenário de imunizante aprovado de forma emergencial e até a Anvisa recomendou que clínicas particulares fizessem este procedimento. “Vamos dar essa segurança para aquele paciente que é cadastrado na unidade para fazer sua vacina ali”, completou.

A Sesau também estuda ampliar o número de locais que vão oferecer a vacinação. “A gente está pensando em criar alguns polos de vacinação”, disse José Mauro. Entre as alternativas que o município cogita estão escolas como pontos de imunização e até mesmo os drive-thrus, o que necessita da cooperação com o governo do Estado. Filho destaca que essas parcerias ainda precisam ser costuradas, o que deve ocorrer nesta semana por meio de reuniões.

Quantitativo

O secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, explicou que o plano depende da quantidade de vacinas que a prefeitura vai ter em estoque. “Esse plano vai ser acionado gradativamente, a medida que tivermos uma quantidade de vacinas que possa operacionalizar essas unidades”, explicou. O mínimo para iniciar a imunização da população prioritária na cidade seria de 120 mil doses.

Compra da CoronaVac

Além de falar do plano, o titular da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) destacou que vai seguir adiante com a compra da CoronaVac mesmo com a decisão do Ministério da Saúde de incluir o imunizante no PNI (Plano Nacional de Imunização). A CoronaVac ficou conhecida como “vacina chinesa” por ser produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.

Segundo José Mauro, a quantidade de doses que Campo Grande vai receber vai ser definida pelo Ministério da Saúde. Por isso pode ser uma quantidade pequena se comparada à população do grupo de risco, que é em torno de 170 mil pessoas na Capital. Por este motivo, a prefeitura vai dar andamento na aquisição das compras com o governo de São Paulo. “Vamos receber, bem provavelmente, uma quantidade muito pequena. Mesmo recebendo, temos a intenção de comprar”, afirmou. Outro detalhe esclarecido pelo secretário é que as doses da CoronaVac são com seringa e agulha: o imunizante importado virá com a dose dentro da seringa e da agulha, mas, quando passar a ser produzido no Brasil, o produto será em frascos, como é o padrão. Por isso José Mauro garantiu que Campo Grande possui estoque necessário de insumos para fazer a vacinação.

Texto: Raiane Carneiro

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