A Semadur informou que vai avaliar a possibilidade de atender o pedido se houver cumprimento de medidas de biossegurança
Líderes evangélicos e católicos se reuniram na manhã de ontem (29) com o prefeito Marquinhos Trad pedindo o aumento da capacidade de 40% das igrejas da cidade. Além disso, pediram também que seja autorizada a realização da vigília na virada do ano, mesmo após o toque de recolher das 22h.
Desde a retomada das medidas restritivas para conter a COVID-19, no último dia 18, os templos podem funcionar com o limite de 40% da capacidade ou a lotação máxima de 80 pessoas.
Na alegação de pastores e padres, a medida tem como objetivo impactar a realização de festas e abertura de casas noturnas e não deveria ser aplicada às igrejas. Por isso, eles querem o aumento do limite de lotação para 40%.
Sobre o toque de recolher, o plano das igrejas é que excepcionalmente o toque de recolher aconteça às 1h do dia 1º de janeiro, para permitir a volta dos fiéis para casa após a vigília.
Segundo a Semadur (Secretaria de Meio Ambiente e Gestão Urbana), “a proposta será analisada pelos órgãos de controle e fiscalização, como a Sesau (Secretaria Municipal da Saúde) e Vigilância Sanitária, e a decisão deve ser divulgada em, pelo menos, dois dias”.
“Cada lugar tem sua peculiaridade, sua característica e cada setor sua demanda. Precisamos analisar com calma os pedidos e verificar se há de fato condições dos templos respeitarem as normas de biossegurança”, disse Luiz Eduardo Costa, titular da Semadur.
Com relação ao toque de recolher, há o empecilho de que o governo do Estado também adotou o toque de recolher das 22h às 5h, ou seja, seria necessário flexibilizar também as normas vindas do Parque dos Poderes.
O encontro aconteceu em meio ao anúncio de mais 25 mortes por COVID-19 no Estado entre domingo (27) e ontem, segundo o boletim divulgado pela SES (Secretaria de Estado da Saúde), que revelou 1.366 novas pessoas contaminadas, sendo 306 só em Campo Grande. Ao todo, foram 458.984 casos notificados.
Verba para saúde
Ainda ontem (29), o governador Reinaldo Azambuja anunciou o repasse de mais R$ 27 milhões para o combate ao novo coronavírus nos municípios de Mato Grosso do Sul. O objetivo é evitar o colapso do sistema de saúde, que já está no limite nas macrorregiões de Campo Grande e Corumbá.
Na Capital, a Santa Casa receberá mais de R$ 11 milhões e o Hospital do Câncer R$ 6 milhões. Outros R$ 2 milhões serão divididos entre o Hospital Adventista do Pênfigo, a Clínica Campo Grande, o Proncor e Hospital El Kadri.
Já a macrorregião de Dourados receberá R$ 1,5 milhão, de Três Lagoas R$ 1 milhão e de Corumbá R$ 1,3 milhão. Municípios sedes de microrregiões também serão contemplados.
Segundo o governo, os recursos serão destinados ao custeio das ações e serviços de saúde para o enfrentamento a COVID-19, podendo abranger atenção primária e especializada, vigilância em saúde, assistência farmacêutica, aquisição de suprimentos, insumos e produtos hospitalares, além do tratamento de infecções.
Comprometimento dos leitos de UTI
De acordo com a SES (Secretaria de Estado de Saúde), os leitos de UTI no SUS (Sistema Único de Saúde) estão comprometidos em todo o Mato Grosso do Sul. A macrorregião de Campo Grande, ontem (29), atingiu 108% de ocupação. O excedente significa que há pacientes de COVID-19 em leitos não habilitados pelo SUS. Neste caso, essas vagas são mantidas pelas secretarias municipais e estadual de Saúde.
Na macrorregião de Dourados, a ocupação chegou a 78%. Em Três Lagoas, a macrorregião apresentou lotação de 61% enquanto Corumbá chegou a 75%.
Atualmente, 13.328 pessoas estão em isolamento enquanto 689 estão internadas. Deste número, 371 estão em leitos clínicos e 318 estão em UTIs.
(Texto: Rafael Ribeiro com Raiane Carneiro)