Pandemia fechou 50 bares e restaurantes na Capital

De março a outubro deste ano, o segmento de bares e restaurantes fechou 50 estabelecimentos em Campo Grande e provocou a demissão de pelo menos 3 mil trabalhadores. Os dados foram revelados pela Abrasel-MS (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes). Para os empresários, mesmo com a obtenção de crédito por parte dos bancos, os recursos não são suficientes para atender a necessidade e, por isso, em muitos casos, as contas já estão “no vermelho”.

Segundo o presidente da Associação, Juliano Wertheimer, foram mais de 3 mil demissões no setor de bares e restaurantes somente na Capital, e com isso a estimativa é de que o setor leve em torno de, pelo menos, dois anos para recuperar os prejuízos. O destaque entre as dívidas que mais pressionam os empresários fica por conta das despesas com pessoal, aluguel e o pagamento de fornecedores.

“Os prejuízos são incalculáveis. Nesta época do ano os produtos ficam escassos e mais caros, junto com as incertezas pela troca, decretos a cada semana, os empresários não conseguem planejar as suas compras, principalmente quem trabalha com produtos perecíveis. O endividamento dos empresários está no limite. Cada um pegou o máximo de dinheiro que podia com os bancos, e agora não têm limite para isso. O endividamento é altíssimo, baseado nesses três pilares: despesas com aluguéis, folha de pagamento e fornecedores”, explicou ele, que ainda relembrou que, no caso dos aluguéis, os empresários conseguiram no máximo redução de 20% do valor total e, em outros casos, somente foi possível o parcelamento dos meses em atraso.

Questionado sobre a Medida Provisória 936 e os reflexos desta no próximo ano, Juliano Wertheimer pontua que este é outro ponto que preocupa a categoria, uma vez que, com o fim do prazo de estabilidade previsto na medida, de igual tempo ao que o trabalhador obteve o benefício, os empresários não terão condições de arcar com o pagamento dos direitos trabalhistas para os demitidos.

“Tivemos uma grande massa de funcionários que estavam com estabilidade porque foram afastados e agora os empregadores têm de garantir esses meses de estabilidade e sem movimento para a execução dos serviços, e vai chegar no momento da demissão e talvez, muitos empresários não tenham nem caixa para executar os pagamentos dessa rescisões”, lamentou.

(Texto: Michelly Perez)

 

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