“Ela queria mostrar que nossa cultura é muito abrangente”, relembra fundadora do Grupo Tikay

A produtora Ingra Padilha foi sepultada ontem, após dois anos de luta contra o câncer

A produtora cultural e artista Ingra Padilha faleceu na tarde de quarta-feira (2), mas o legado dela permanece. Fundadora do Grupo Tikay, que divulga a cultura boliviana em Mato Grosso do Sul, a artista era uma das produtoras da Praça Bolívia, que acontece todo segundo domingo do mês, na Capital. O Festival Flor dos Andes, organizado para angariar recursos para o tratamento de Ingra contra o câncer, começou ontem e segue até hoje, no canal do Grupo Tikay, no YouTube. Ingra foi sepultada na tarde de ontem, no cemitério Jardim das Palmeiras, em Campo Grande. 

Coordenadora da Praça Bolívia e uma das fundadoras do Grupo Tikay junto com Ingra, Monica Ayca do Nascimento lembra a importância que o evento mensal na praça tinha para a amiga. “Fazia parte da vida dela. Era como se fosse um filho, queria levar adiante e mostrar que nossa cultura é muito abrangente. Cada cidade da Bolívia tem sua própria identidade, temos muitas etnias, muita influência dos indígenas. E mostrar tudo isso era o que ela queria”, conta.

Há mais de dez anos, elas se conheceram, na própria Praça Bolívia, e decidiram fundar o Grupo Tikay. Mônica é boliviana e Ingra era descendente. Juntas, pesquisaram sobre a cultura e chegaram até a costurar as próprias roupas para as apresentações. O Fórum Estadual de Cultura de Mato Grosso do Sul lamentou, em nota, a morte de Ingra. “Ingra Padilha trabalhou incansavelmente, voluntariamente, e também profissionalmente pela diversidade cultural de MS, o reconhecimento e a valorização da cultura boliviana e seu povo, da sua presença em nosso território fronteiriço”, afirmou, por meio de nota.

A dançarina do Grupo Tikay é descrita, ainda, como “uma jovem protagonista, liderança social, exemplo de organização comunitária, solidária e cultural. Fará muita falta, terá espaço permanente em nossa memória e em nossos corações”.

(Confira mais na página C3 da versão digital do jornal O Estado)

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